Os últimos cinco anos, desde o 18º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCCh), têm sido extraordinários, sob a liderança do seu Comitê Central, com Xi Jinping à frente. Na minha opinião, este período testemunhou uma importante jornada do desenvolvimento da China.
Houve avanços substanciais em vários programas e, mesmo enfrentando situações mutáveis e complexas tanto em casa quanto no exterior, a China manteve um crescimento de médio para alto e aperfeiçoou sua estrutura política, equacionando melhor as novas tendências econômicas.
Além disso, o país fez novos progressos na abertura e cooperação internacional. Com a proposta de novas ideias na governança global e com várias iniciativas importantes, a influência da China na comunidade global continua crescendo. Hoje, o país situa-se em um novo ponto de partida para alcançar maior progresso.
Realizações extraordinárias – Com base no progresso que a China tem feito nas últimas seis décadas, a liderança do PCCh, com Xi no seu comando, analisou a atual situação econômica e avaliou que o país entrou num novo estágio normal. Foram implementadas medidas práticas para ajustar a alta taxa de crescimento a um nível médio-alto, e para otimizar a estrutura econômica, com grande incentivo ao desenvolvimento movido pela inovação. A estrutura política guiada pela nova filosofia de desenvolvimento ganhou foco na reforma estrutural da demanda.
A nova filosofia de desenvolvimento abrange cinco principais conceitos – inovação, coordenação, desenvolvimento verde, abertura e benefícios compartilhados –, propostos na Quinta Sessão Plenária do 18º Comitê Central do PCCh realizado em 2015. Atendo-se a eles, a reforma estrutural da demanda busca a qualidade e eficiência do sistema de demanda e estímulo ao crescimento econômico sustentável.
Nesse período, a China vem seguindo o princípio básico de procurar o progresso e, ao mesmo tempo, manter a estabilidade. Além de assegurar um crescimento econômico estável, o governo também estimula o emprego, estabiliza os preços e melhora o equilíbrio do balanço de pagamentos. Foram alcançados grandes progressos em campos como a reestruturação econômica, a transformação nos modos de desenvolvimento e o estímulo a novas forças propulsoras da economia.
Nos últimos cinco anos, o emprego e os preços têm ficado estáveis. De 2013 a 2016, foram criados mais de 13 milhões de novos postos de trabalho urbanos por ano, e o desemprego urbano medido em 31 grandes cidades ficou em torno de 5%, igual à taxa de desemprego do país. Nesse mesmo período, os preços ao consumidor e a inflação aumentaram em média apenas 2% ao ano.
Entre 2013 e 2016, o PIB da China cresceu em média 7,2% ao ano, superando a média global de 2,5% e das economias desenvolvidas, que foi de 4%. Além disso, a força nacional agregada melhorou significativamente. Em 2016, o PIB da China foi de 74 trilhões de yuans – um aumento de 132%, comparado com o de 2012 em preços constantes. A receita dos orçamentos públicos gerais alcançou perto de 16 trilhões de yuans, um aumento de 136% em relação a 2012. Com seu PIB de US$ 11,2 trilhões em 2016, a China respondeu por cerca de 15% do agregado econômico global – superando em mais de três pontos percentuais o de 2012 –, e garantiu seu status de segunda maior economia do mundo.
De 2013 a 2016, a China contribuiu em média com mais de 30% para o crescimento global, superando a soma total de Estados Unidos, Zona do Euro e Japão e ocupando o primeiro lugar no mundo. Assim, a China continua sendo um motor do crescimento global e uma âncora que ajuda a estabilizar a economia mundial.
Todas essas realizações têm provado que desde o 18º Congresso Nacional do PCCh, o Comitê Central do PCCh tem manejado de modo adequado as tendências de desenvolvimento da China e do mundo. Os cinco principais conceitos de desenvolvimento têm sido implementados de maneira holística, em uma aposta para avançar a sociedade e a economia em direção a uma melhoria, a maior eficiência, mais justiça e maior sustentabilidade.
Além disso, vem sendo mantida uma agenda expandida de reformas profundas, com grandes progressos em múltiplos setores e aprofundamento das reformas. O Estado de direito também continua avançando e a capacidade de usar métodos legais na governança nacional aumentou de modo significativo. Ao mesmo tempo, a China defende também promover avanços ecológicos e levar adiante a iniciativa Bela China. Com ela, busca-se alcançar uma sociedade mais justa para que os frutos do desenvolvimento sejam compartilhados por todos e sejam feitos maiores esforços em direção à redução da pobreza nas áreas rurais, atendendo ao compromisso de tirar o que resta de população atingida pela pobreza dessa condição até 2020.
No setor das relações exteriores, a partir do 18º Congresso Nacional do PCCh têm sido propostas novas ideias e estratégias, o que elevou o status e a influência do país. Paz e desenvolvimento são os temas-chave dessa era, com conceitos e medidas que pedem a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade e estabelecem um novo paradigma de relações internacionais, com destaque para a cooperação ganha-ganha. Além disso, a China lançou a Iniciativa Cinturão e Rota e vem estabelecendo parcerias com seus vizinhos e com outros países em desenvolvimento, baseadas na amizade, boa-fé, benefícios mútuos e inclusão.
Essa filosofa não é importante apenas para o progresso do país, mas contribui para a experiência chinesa de lidar com os déficits em paz, desenvolvimento e governança, que têm colocado grandes desafios a toda a humanidade. Portanto, as visões da China têm sido amplamente aclamadas pela comunidade internacional.
A China esforça-se para praticar novos conceitos de segurança e manter uma paz mundial durável. Resolver guerras e conflitos e perseguir uma paz duradoura sempre foi uma meta da humanidade. Em várias ocasiões nos últimos cinco anos, a China estimulou uma visão de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável, que promova a tendência de globalização, desenvolvimento pacífico e cooperação ganha-ganha.
Sob uma perspectiva histórica, a Humanidade está passando por uma fase de grande desenvolvimento, profundas mudanças e grandes ajustes. Os países estão cada vez mais interconectados e interdependentes, e os povos do globo compartilham um destino comum. Mesmo assim, a mentalidade de Guerra Fria e a política da força ainda atormentam o mundo atual. Além de guerras, há desafios de segurança não tradicionais, como o terrorismo, as crises de refugiados e a mudança climática espalhando-se pelo globo.
Orientada para novos conceitos de segurança, a China exerce influência positiva nas questões regionais e internacionais de segurança e assume seu dever como grande país responsável. Por exemplo, propôs uma abordagem de “mão dupla” voltada, por um lado, para a desnuclearização da península da Coreia, e, por outro, para criar um mecanismo de paz. A China trabalha em favor da suspensão das atividades nucleares e de mísseis da Coreia do Norte e pela suspensão de exercícios militares em larga escala pelos Estados Unidos e Coreia do Sul.
Quanto à questão do Oriente Médio, a China defende firmemente apaziguar questões altamente conflituosas por meios pacíficos como o diálogo e a consulta, e sugere encontrar soluções no desenvolvimento. A China apresentou uma proposta de quatro pontos para resolver a questão palestino-israelense, apostando na paz e estabilidade na região.
Na questão do Mar do Sul da China, o país defende também uma abordagem de “mão dupla”, para que as disputas sejam resolvidas entre os países diretamente envolvidos por meio de diálogo e consultas. Acredita ainda que a China e a ASEAN – Associação das Nações do Sudeste Asiático devem trabalhar juntas para promover a estabilidade na região.
Além disso, a China sustenta os princípios da paz, soberania, governança global compartilhada e benefícios mútuos em questões de segurança não tradicionais. Domínios como o mar profundo, as regiões polares, o espaço exterior e o ciberespaço devem ser explorados como novas plataformas voltadas para a cooperação, e não como arenas para manobras. Ao contrário do jogo de soma zero ou de abordagens do tipo “o vencedor leva tudo”, predominantes nos países ocidentais, o novo pensamento de segurança está baseado nos princípios de igualdade, benefícios mútuos e coexistência pacífica, buscando uma combinação perfeita de filosofia tradicional chinesa com o espírito da era moderna.
Contribuição ao mundo – A China esforça-se para facilitar a recuperação econômica e o progresso global por meio de desenvolvimento equânime, aberto, harmonioso e movido por inovação. O presidente Xi observou uma vez que diante dos muitos desafios e dificuldades, o mundo deve se concentrar na questão-chave – desenvolvimento –, enfatizando que apenas o desenvolvimento pode eliminar a causa dos conflitos, proteger os direitos básicos e atender aos desejos das pessoas por uma vida melhor.
Baseada nas experiências que colheu na reforma e abertura política, a China espera que os cinco principais conceitos de desenvolvimento propiciem soluções aos problemas que o mundo enfrenta e mostrem a visão chinesa focada em metas de longo prazo.
A abertura do país ao mundo é cada vez maior e mais intensa. A entrada de companhias estrangeiras na China tem sido mais facilitada, e o país, nos últimos cinco anos, está entre os três primeiros em entrada de investimentos estrangeiros.
Também tem aumentado o investimento em mercados estrangeiros por empresas domésticas. Foram lançadas políticas que facilitam investir no exterior, e aprimorados os mecanismos para proteger contra riscos de investimento. A China sempre foi uma importante nação comercial em bens e serviços. Além disso, suas 11 zonas piloto de livre comércio desempenham hoje um papel importante nesse sentido. Com uma perspectiva global e uma sincera expectativa de benefícios mútuos, as ideias inovadoras adotadas pela China irão construir maior consenso político no mundo, melhorar a integração de recursos de mercado e promover intercâmbios pessoa-pessoa.
Além de proporcionar caminhos potenciais para países em desenvolvimento, essa nova filosofia também é instrutiva para países desenvolvidos. A Iniciativa Cinturão e Rota, em particular, visa construir uma plataforma aberta de cooperação, oferecendo novos bens públicos para a comunidade internacional e liberando o potencial de crescimento de vários países. A iniciativa injetou forte ímpeto no desenvolvimento global, e busca conseguir integração econômica, desenvolvimento interconectado e proporcionar benefícios a todos.
Desde que foi lançada pelo presidente Xi em 2013, a iniciativa, que propõe consultas extensivas, contribuições conjuntas e benefícios compartilhados, vem passando do planejamento à implementação e da visão à ação. Mais de 100 países e organizações internacionais têm reagido calorosamente e apoiado a iniciativa. Já foi implantado um bom número de grandes projetos, como parques industriais e portos. O Fundo da Rota da Seda investiu US$ 4 bilhões. Além disso, florescem projetos de cooperação pessoa-pessoa, como os do ano cultural e o do turismo da Rota da Seda. Os últimos anos assistiram a um fortalecimento da conectividade na política, infraestrutura, comércio e finanças e no intercâmbio pessoal.
No último mês de maio, a China sediou com muito sucesso o Fórum Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, quando 29 chefes de estado ou de governo e mais de 1.600 representantes de mais de 100 países e regiões discutiram maneiras de incentivar a cooperação e o desenvolvimento. O fórum rendeu muitos frutos e forneceu um mapa para expandir a implementação da iniciativa. Como primeiro documento político confiável e sistemático sobre a iniciativa, o Comunicado Conjunto da Mesa-Redonda dos Líderes do Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional dá um passo importante ao identificar direções para futura cooperação. Ao mesmo tempo, vem sendo promovida uma melhor integração entre os países participantes e as organizações internacionais. Foram assinados vários acordos de cooperação, sobre áreas e métodos aplicáveis a projetos-chave. A lista de grandes deliberações do fórum, que inclui mais de 270 resultados concretos, aumentou a confiança na cooperação. A Iniciativa Cinturão e Rota conecta Ásia, Europa, África, América Latina, Oceania e outras regiões na busca de prosperidade compartilhada.
As realizações dos últmos cinco anos têm demonstrado o quanto o socialismo é vibrante na China. Cabe ao 19º Congresso do PCCh avançar e concluir a modernização do país.
Advogar uma ordem internacional mais justa e equitativa é um dos destaques do pensamento diplomático da China. O enfrentamento de desafios globais, a melhoria da governança global e a promoção da reforma de sistemas de governança global tornaram-se tendência predominante. Enraizados na igualdade de soberania, em direitos, oportunidades e regras iguais para todos os países, os princípios da consulta extensiva, de contribuições conjuntas e de benefícios compartilhados constituem aspectos essenciais dos novos conceitos e novas estratégias da diplomacia chinesa. Em seu discurso no escritório da ONU em Genebra no último mês de janeiro, o presidente Xi Jinping discorreu sobre a ideia de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade. Ele fez mais um chamado para que se mantenha o compromisso com a construção de um mundo de paz duradoura, segurança comum, prosperidade comum, inclusão e beleza, por meio de diálogo e consulta, esforços conjuntos, cooperação ganha-ganha, aprendizagem mútua e desenvolvimento com baixo carbono. Também destacou que a China está disposta a trabalhar com todos os demais Estados membros da ONU, assim como com organizações e agências internacionais, com vistas na grande causa de estabelecer uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.
Ao longo dos anos, a China tem sido proativa em montar uma rede diversificada de parcerias de desenvolvimento e em discutir maneiras de facilitar um desenvolvimento pacífico com seus parceiros globais. A China acredita que as nações podem se tornar parceiras quando têm os mesmos valores e ideais, mas podem também ser parceiras procurando um terreno comum e respeitando suas diferenças. A China não poupa esforços para conseguir cooperação ganha-ganha baseada no princípio de forjar parcerias de diálogo sem confrontação, mas por meio de amizade mais do que de aliança. Seu círculo de amigos tem se expandido. Até o momento, a China formou parcerias de vários tipos com 95 países e organizações internacionais. Promovendo a justiça e a amizade, a China é sempre um amigo sincero e confiável de outros países em desenvolvimento e está disposta a realizar um desenvolvimento comum com suas contrapartes. Em vez de simplesmente oferecer ajuda, a China partilha sua experiência de desenvolvimento com o mundo e provê assistência técnica e programas de treinamento a outros países em desenvolvimento.
As realizações dos últimos cinco anos têm provado o quanto o socialismo é vibrante na China. Têm sido concebidos meios efetivos para que países em desenvolvimento adotem a modernização.
O 19º Congresso Nacional do PCCh é de vital importância nessa época em que o país vive o estágio decisivo para concluir a construção de uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos e acelerar a sua modernização socialista.
O povo chinês confia na realização do Sonho Chinês de um grande rejuvenescimento da nação por meio da firme implementação dos novos pensamentos e estratégias de governança moldados a partir do 18º Congresso Nacional do PCCh. A ideia é alcançar novas conquistas na reforma e desenvolvimento da China. O desenvolvimento social e econômico irá atender às expectativas do povo, com melhor educação, emprego mais estável, rendimentos mais estáveis, bem-estar social confiável, melhor atendimento médico, aprimoramento das condições de habitação, um ambiente natural mais limpo e uma cultura mais vibrante, para citar apenas alguns aspectos. Por outro lado, o progresso e a abertura da China irão criar mais oportunidades para o mundo e ao mesmo tempo oferecer mais soluções por meio da visão chinesa da totalidade da humanidade.
Por Wu Sike, ex-enviado especial da China para a Questão do Oriente Médio e alto diplomata.
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