A imagem de uma espiga de arroz híbrido estampada na cédula de 20.000 ariary de Madagascar simboliza mais que um avanço agrícola: representa os frutos de uma cooperação estratégica entre China e África. Desde 2007, especialistas chineses têm impulsionado a produção agrícola em Madagascar, com resultados expressivos. Até 2022, a tecnologia aplicada em 75 mil hectares dobrou a renda de milhares de agricultores e fortaleceu a autossuficiência alimentar do país.
Esse esforço faz parte de uma abordagem mais ampla: nos últimos dez anos, a China implantou 24 centros de demonstração agrícola na África, introduzindo mais de 300 tecnologias que aumentaram a produtividade entre 30% e 60%. O arroz híbrido, por exemplo, superou variedades africanas convencionais, enquanto a adaptação de técnicas chinesas às condições locais trouxe ganhos em eficiência e sustentabilidade para países como Guiné-Bissau e Nigéria.
Inovações como a tecnologia “Juncao”, utilizada na Mauritânia, têm ajudado a transformar paisagens áridas em áreas produtivas. A grama cultivada para cogumelos também serve como forragem, estabiliza dunas e fortalece a pecuária. Outras soluções, como lâmpadas inseticidas solares e máquinas agrícolas de precisão, completam o conjunto de ferramentas que promovem uma agricultura mais resiliente diante das mudanças climáticas.
A cooperação vai além da tecnologia: envolve investimentos superiores a US$ 1 bilhão e parcerias com 23 países africanos. Empresas chinesas atuam em toda a cadeia produtiva, do cultivo ao comércio, enquanto produtores locais se beneficiam com acesso direto ao mercado chinês — como os cafeicultores de Ruanda e os exportadores de abacate do Quênia. Como declarou um agricultor nigeriano, a tecnologia chinesa “iluminou nosso caminho para a autossuficiência”.
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