ATRAVESSANDO JUNTOS PELO VENTO E A CHUVA, A CONSTRUÇÃO DE UMA COMUNIDADE DE FUTURO COMPARTILHADO CHINA-AMÉRICA LATINA: A PRÁTICA E AS PERSPECTIVAS FUTURAS

Prefácio

A China é o vizinho da América Latina e do Caribe (ALC) do outro lado do Oceano Pacífico. Tanto a China quanto as nações da ALC são países em desenvolvimento e compartilham a mesma aspiração por independência, desenvolvimento e revitalização. Em 17 de julho de 2014, durante sua participação na reunião de líderes China-ALC realizada no Brasil, o presidente Xi Jinping fez um discurso de abertura intitulado “Construir uma Comunidade de Futuro Compartilhado para o Progresso Comum”. A partir de então, teve início uma nova etapa de parceria de cooperação abrangente entre a China e a ALC, com a construção de uma comunidade de futuro compartilhado como vínculo e objetivo.

A construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade é um novo conceito sobre relações internacionais e o futuro da sociedade humana, proposto pela primeira vez pelo presidente Xi Jinping. Este conceito tem grande e transcendental significado para promover ativamente a cooperação e os intercâmbios entre a comunidade internacional em um contexto global de mudanças sem precedentes e únicas, com o objetivo de construir um mundo caracterizado pela paz duradoura, segurança universal, prosperidade comum, abertura e inclusão. A construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade é o conceito central do Pensamento de Xi Jinping sobre a Diplomacia, bem como a meta almejada pela diplomacia chinesa na nova era (WANG, 2024). A formulação e o desenvolvimento deste conceito estão alinhados com a tendência geral do mundo e a direção do desenvolvimento humano, refletem a busca de valores comuns para toda a humanidade e apresentam planos chineses para o desenvolvimento global e o futuro da humanidade.

A construção conjunta de uma comunidade de futuro compartilhado entre a China e a ALC é uma iniciativa prática que visa aumentar a amizade e a cooperação ambos lados, com base no conceito da comunidade de futuro compartilhado para a humanidade, além de ser um novo plano para fortalecer a cooperação Sul-Sul e impulsionar a otimização contínua do sistema de governança global. A cooperação entre a China e os países da ALC na construção de uma comunidade de futuro compartilhado pela humanidade aumentará efetivamente a voz de ambos ambas as partes nos assuntos globais e contribuirá para promover a multipolaridade global, a democratização das relações internacionais e a formação de uma nova ordem política e econômica internacional justa e razoável.

Em 2024 celebra-se o 10º aniversário da proposta do presidente Xi Jinping para a comunidade de futuro compartilhado China-ALC. Nos últimos 10 anos, a ideia de construir uma comunidade de futuro compartilhado China-ALC tem recebido uma resposta e um reconhecimento cada vez mais positivos por parte dos países latino-americanos. As relações bilaterais na nova era, caracterizadas pela igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e bem-estar para os povos, alcançaram resultados frutíferos em diversos âmbitos da cooperação amistosa.

I. Promover a construção de uma comunidade de futuro compartilhado e os valores comuns de toda a humanidade

Atualmente, as mudanças na situação mundial estão evoluindo de forma vertiginoso. As transformações no mundo, nos tempos e na história estão se desenvolvendo de uma maneira sem precedentes. O mundo entrou em um novo período de turbulências e transformações, mas a direção geral do desenvolvimento e do progresso da humanidade não mudará, assim como a lógica de que a história mundial avança de forma sinuosa, nem a tendência de que a sociedade internacional compartilha um futuro comum. Desde o início da nova era, a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade passou de uma iniciativa proposta pela China a um consenso internacional, de uma visão promissora a uma prática acumulada, e de uma ideia conceitual a um sistema científico (WANG, 2024). Essa iniciativa tornou-se uma brilhante bandeira que lidera o progresso dos tempos ao defender os valores comuns de toda a humanidade. Adaptando-se à corrente dos tempos, a China e a ALC estão construindo uma comunidade de futuro compartilhado ainda mais estreita e impulsionam as relações bilaterais a uma nova etapa, em que a cooperação integral e a cooperação bilateral avançam em paralelo e se reforçam mutuamente, tornando-se, assim, um exemplo de cooperação Sul-Sul na nova era.

1. Conceito central do pensamento de Xi Jinping sobre a diplomacia

O relatório apresentado em 8 de novembro de 2012, no 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCCh), introduziu pela primeira vez o conceito de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade. Em 5 de dezembro do mesmo ano, ao se reunir com personalidades estrangeiras após assumir o cargo de secretário-geral do Comitê Central do PCCh, Xi Jinping destacou que a comunidade internacional havia se tornado, ao longo do tempo, uma comunidade de futuro compartilhado e que, diante da complexa situação da economia mundial e dos problemas globais, nenhum país poderia salvar-se sozinho. Após essa reunião, a “comunidade de futuro compartilhado para a humanidade” passou a ser um novo conceito reiterado frequentemente por líderes chineses e documentos governamentais.

Em 18 de janeiro de 2017, o presidente Xi Jinping participou de uma conferência de alto nível no Palácio das Nações, em Genebra, e fez um discurso intitulado “Trabalhar para Construir Uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade”, no qual desenvolveu de maneira profunda, abrangente e sistemática o conceito. Em 10 de fevereiro do mesmo ano, a Comissão de Desenvolvimento Social da ONU, em sua a 55ª sessão, aprovou por consenso a resolução “Dimensões Sociais da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África”, que instou a comunidade internacional a fortalecer o apoio ao desenvolvimento econômico e social do continente africano, com espírito de cooperação, benefícios compartilhados e construção da comunidade de futuro compartilhado para a humanidade. Foi a primeira vez que uma resolução da ONU incluiu o conceito de “construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade”.

Em outubro de 2022, o relatório apresentado ao 20º Congresso Nacional do PCCh incorporou a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade como parte essencial da modernização chinesa. O documento destacou que a China se dedicará a promover a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade, mantendo-se fiel ao propósito de uma política externa que salvaguarde a paz mundial e fomente o desenvolvimento comum.

Na Conferência Central sobre o Trabalho dos Assuntos Exteriores, realizada em 27 e 28 de dezembro de 2023, em Beijing, foi destacado que a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade é o conceito central do Pensamento de Xi Jinping sobre a Diplomacia. Representa uma compreensão cada vez mais profunda do PCCh sobre as leis que regem o desenvolvimento da sociedade humana e constitui um projeto que a China apresenta sobre o tipo de mundo que deseja construir e como fazê-lo. Esse conceito reflete a visão de mundo, a percepção de ordem e os valores dos comunistas chineses, alinhando-se com as aspirações comuns de todos os povos e indicando o caminho para o progresso das civilizações mundiais. Além disso, é o objetivo nobre que a China busca alcançar ao conduzir uma diplomacia de grande potência com características chinesas na nova era.

2. Iniciativas e ações da China orientadas pelo conceito de construção de uma comunidade de futuro compartilhado

Ao mesmo tempo em que defende o importante conceito de construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade, o presidente Xi Jinping apresentou uma proposta pioneira para promover a formação de um novo tipo de relações internacionais, caracterizado pelo respeito mútuo, pela equidade e justiça, e pela cooperação com benefícios compartilhados. Além disso, o presidente Xi Jinping propôs a Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), a Iniciativa de Desenvolvimento Global (IDG), a Iniciativa de Segurança Global (ISG) e a Iniciativa de Civilização Global (ICG), com o objetivo de abrir um caminho prático e criar condições fundamentais para a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.  Essas iniciativas instam os países a trabalharem juntos para enfrentar desafios, alcançar prosperidade comum e impulsionar o mundo rumo a um futuro promissor de paz, segurança, prosperidade e progresso.

A Iniciativa Cinturão e Rota: aderindo ao princípio de consulta extensiva, contribuição conjunta para benefício compartilhado, praticando o multilateralismo genuíno. Em setembro e outubro de 2013, durante visitas aos países da Ásia Central e do Sudeste Asiático, o presidente Xi Jinping propôs duas importantes iniciativas: a construção conjunta do Cinturão Econômico da Rota da Seda e da Rota da Seda Marítima do Século XXI, conhecidas conjuntamente como a Iniciativa Cinturão e Rota (ICR). Os pilares dessa iniciativa incluem a coordenação de políticas, a conectividade de infraestrutura, a facilitação do comércio, a integração financeira e o entendimento mútuo entre os povos. A construção conjunta da ICR estabeleceu uma nova ponte para que os países envolvidos fortaleçam os intercâmbios, promovam entendimento, respeito e confiança recíprocos, além de desenvolvimento, prosperidade e progresso compartilhados, ganhando, assim, considerável atenção da comunidade internacional. Até o final de junho de 2023, a China havia assinado mais de 200 documentos de cooperação para a construção conjunta do Cinturão e Rota com 152 países e 32 organizações internacionais, abrangendo 83% dos países com os quais a China mantém relações diplomáticas.

Iniciativa de Desenvolvimento Global: priorizando o bem-estar das pessoas e promovendo o desenvolvimento sustentável. Em 21 de setembro de 2021, durante discurso proferido para o debate geral da 76ª sessão da Assembleia Geral da ONU, o presidente Xi Jinping apresentou a Iniciativa de Desenvolvimento Global (IDG). Seus princípios incluem a priorização do desenvolvimento, uma abordagem centrada nas pessoas, benefícios amplos e inclusivos, a inovação como motor do progresso, a coexistência harmoniosa entre os seres humanos e a natureza, e a orientação prática para ações. A IDG propõe soluções para desafios globais de desenvolvimento e serve como guia para a cooperação internacional. Até o final de 2023, mais de 100 países e organizações internacionais haviam manifestado apoio à IDG, mais de 70 países haviam se juntado ao Grupo de Amigos da IDG, e quase 30 países e organizações assinaram memorandos de cooperação com a China, integrando a IDG às suas estratégias de desenvolvimento.

Iniciativa de Segurança Global: enfrentando os desafios de segurança internacional para alcançar uma paz global duradoura. Em 21 de abril de 2022, durante a Conferência Anual do Fórum Boao para a Ásia, o presidente Xi Jinping propôs a Iniciativa de Segurança Global (ISG). Seus princípios incluem a segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável; respeito à soberania e à integridade territorial; cumprimento dos princípios da Carta das Nações Unidas; consideração às preocupações de segurança de todos os países; resolução pacífica de desacordos e disputas entre países por meio de diálogo e consulta; resolução pacífica de disputas e garantia de segurança em áreas tradicionais e não tradicionais. A ISG rejeita confrontos, promove o diálogo e busca a cooperação para enfrentar ameaças à segurança global.

Iniciativa de Civilização Global: promover intercâmbios e aprendizado mútuo entre civilizações e construir um mundo aberto e inclusivo. Em 15 de março de 2023, durante a Reunião de Alto Nível do PCCh sobre o Diálogo com os Partidos Políticos Mundiais, Xi Jinping, secretário-geral do Comitê Central do PCCh, propôs pela primeira vez a Iniciativa de Civilização Global. Seus principais conteúdos incluem: respeitar a diversidade de civilizações no mundo, promover os valores comuns a toda a humanidade, valorizar a herança e a inovação das civilizações, e fortalecer os intercâmbios e a cooperação internacionais entre os povos. A ICG tem como objetivo oferecer soluções para a governança global e para as relações entre países e diferentes culturas. Elevou o diálogo político a um novo patamar ao propor caminhos para que países com diferentes culturas, histórias, religiões, modos de vida e sistemas políticos e sociais alcancem uma convivência pacífica. Persiste em superar o distanciamento com o intercâmbio, a confrontação com o aprendizado mútuo e o complexo de superioridade cultural com a inclusão, a fim de injetar uma poderosa energia positiva para promover a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.

A terceira sessão plenária do 20º Comitê Central do PCCh, realizada em julho de 2024, reafirmou que, no trabalho no exterior, é fundamental buscar uma política externa independente e pacífica, promover a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade, implementar os valores comuns da humanidade, e implementar a Iniciativa de Desenvolvimento Global, a Iniciativa de Segurança Global e a Iniciativa de Civilização Global. Além disso, destacou-se a importância de fomentar multipolarização global igualitária e ordenada, bem como uma globalização econômica de benefício geral e inclusiva.

O conceito de construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade está especificamente incorporado em quatro aspectos da política externa da China na nova era: em primeiro lugar, a China busca firmemente uma política externa independente e pacífica, sempre determina suas posições e políticas com base nos méritos, defende as regras básicas das relações internacionais e salvaguarda a equidade e a justiça internacionais; em segundo lugar, a China persiste no desenvolvimento de uma cooperação amigável com outros países com base nos Cinco Princípios de Coexistência Pacífica, promove a construção de um novo tipo de relações internacionais, aprofunda e amplia as relações de parceria global de igualdade, abertura e cooperação e está comprometida em ampliar a convergência de interesses com todos os países; em terceiro lugar, a China persevera na política estatal básica de abertura para o mundo exterior, implementa resolutamente a estratégia de abertura para benefício mútuo e compartilhamento de ganhos, continua a oferecer novas oportunidades para o mundo com o novo desenvolvimento da China e impulsiona a construção de uma economia mundial aberta para beneficiar melhor as pessoas de todos os países; por fim, a China participa ativamente da reforma e da construção do sistema de governança global, implementa o conceito de governança global caracterizado pela co-deliberação, co-edificação e co-distribuição, busca o multilateralismo genuíno e impulsiona a democratização das relações internacionais, com o objetivo de promover uma governança global mais justa e racional.

Sob o conceito de avançar na construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade, a China persiste em promover a construção de um mundo de paz duradoura por meio de diálogos e consultas, de um mundo de segurança universal por meio de co-construção do benefício compartilhado, de um mundo de prosperidade comum por meio de cooperação e dos ganhos mútuos, de um mundo aberto e inclusivo por meio de intercâmbios e aprendizado mútuo, assim como de um mundo limpo e belo através de um desenvolvimento ecológico e de baixo carbono. Essa visão reflete o compromisso da China em criar um futuro sustentável, harmonioso e inclusivo para toda a humanidade.

O conceito de construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade, que se posiciona no lado correto da história e do progresso humano, estabelece uma nova abordagem às relações internacionais, oferece uma nova sabedoria para a governação global, cria uma nova configuração para os intercâmbios globais e apresenta uma nova visão para um mundo melhor, sendo amplamente reconhecido e apoiado pela comunidade internacional (Gabinete de Informação do Conselho de Estado da República Popular da China, 2023).

II. Construir conjuntamente uma comunidade China-ALC de futuro compartilhado e impulsionar relações bilaterais estáveis e duradouras na nova era

1. Construção conjunta de uma comunidade de futuro compartilhado China-ALC

A comunidade de futuro compartilhado China-ALC é uma iniciativa prática voltada para o fortalecimento da amizade e cooperação entre as duas partes, baseada no conceito de comunidade de futuro compartilhado para a humanidade. Em 17 de julho de 2014, durante sua participação na reunião de líderes da China e dos países ALC, realizada no Brasil, o presidente Xi Jinping fez um discurso intitulado “Construir uma Comunidade de Futuro Compartilhado para o Progresso Comum”, no qual propôs a construção de um novo modelo de relações entre a China e a ALC, fundamentado em cinco pilares: confiança mútua e sinceridade na política, cooperação e ganho compartilhado na economia e no comércio, aprendizado mútuo na cultura, coordenação estreita nos assuntos internacionais e impulso mútuo entre a cooperação abrangente e as relações bilaterais. Dessa forma, foi criada uma comunidade de futuro compartilhado voltada para o progresso comum entre a China e a ALC.

Nos últimos dez anos, o presidente Xi Jinping realizou seis visitas à ALC, elaborando pessoalmente o roteiro para o desenvolvimento das relações bilaterais. No México, o presidente Xi Jinping expressou sua mensagem mais profunda para a cooperação China-ALC, destacando a expectativa de que, com esforços conjuntos, ambas as partes estabelecessem o quanto antes um fórum de cooperação China-ALC, aproveitassem plenamente seus respectivos pontos fortes, construíssem uma plataforma maior para promover a parceria de cooperação abrangente China-ALC e trabalhassem juntos para aumentar a energia positiva para a estabilidade e a prosperidade da região da Ásia-Pacífico. No Brasil, o presidente Xi Jinping enfatizou a necessidade de compartilhar um futuro comum e fortalecer continuamente a confiança estratégica; compartilhar o desenvolvimento e aprofundar a integração das estratégias de desenvolvimento; compartilhar a responsabilidade e demonstrar o papel de China e Brasil na manutenção da paz e a justiça globais; bem como compartilhar as mesmas tristezas e alegrias, contribuindo conjuntamente para a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade. No Peru, o presidente Xi Jinping ressaltou que ambas as partes deveriam sustentar a bandeira da paz, do desenvolvimento e da cooperação, trabalhar juntas para construir o grande navio da comunidade de futuro compartilhado China-ALC e cooperar de boa fé no caminho para a realização do sonho chinês e do sonho latino-americano, elevando a parceria de cooperação integral entre as duas partes para um nível ainda mais elevado.

A diplomacia do chefe de Estado tem sido fundamental para orientar o rumo das relações entre a China e a ALC na nova era. O presidente Xi Jinping realizou encontros, enviou cartas e telegramas e fez ligações telefônicas com chefes de Estado ou de Governo de países como México, Brasil, Peru, Chile, Honduras, Guiana, Venezuela, Argentina, Colômbia, Uruguai, Suriname, Cuba, Barbados, Antígua e Barbuda, República Dominicana, entre outros da região. Termos como “cooperação” e “desenvolvimento” têm sido palavras recorrentes nessas trocas diplomáticas entre chefes de Estado. O nível das relações entre a China e países como Panamá, República Dominicana, El Salvador, Uruguai, Colômbia e Nicarágua foi elevado. A construção de um novo modelo de relações entre a China e a ALC, baseada nos cinco pilares propostos pelo presidente Xi Jinping, tem sido calorosamente acolhida pelos líderes da região.

2. As relações China-ALC na nova era

Nos últimos dez anos, sob a liderança conjunta do presidente Xi Jinping e dos líderes dos países da ALC, as relações bilaterais avançaram continuamente na nova era, com base nos princípios de igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e bem-estar dos povos. A construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade entre a China e a ALC tem progredido de forma estável e duradoura (Wu e Liu, 2021). Até o final de novembro de 2024, 22 países da ALC haviam assinado documentos de cooperação com a China para a construção conjunta da Iniciativa Cinturão e Rota (ICR). O novo marco de cooperação “1+3+6”, proposto pela China, aprimorou a cooperação pragmática entre a China e a ALC, fortalecendo os laços em múltiplas áreas e criando novas oportunidades para o desenvolvimento das relações bilaterais. O caminho da modernização da China proporcionou uma referência valiosa para os países da ALC e ofereceu novas oportunidades para o desenvolvimento das relações bilaterais. A prática da construção conjunta de uma comunidade de futuro compartilhado entre a China e a ALC entrou em um novo estágio e embarcou em uma nova jornada.

Atualmente, essa grande prática apresenta as cinco características a seguir:

Primeiro, a confiança política mútua tem se fortalecido constantemente. Nos últimos dez anos, a China e a ALC mantiveram intercâmbios frequentes e comunicação estratégica de alto nível, o que injetou dinamismo contínuo na parceria de cooperação abrangente, baseada na igualdade, benefício mútuo e desenvolvimento comum. Sob a liderança da diplomacia de chefes de Estado, a confiança política entre a China e a ALC continuou a se aprofundar e a cooperação pragmática continuou a se expandir. Países como Panamá, República Dominicana, El Salvador, Nicarágua e Honduras estabeleceram ou restabeleceram relações diplomáticas com a China. Além disso, muitos países da região se juntaram à construção de alta qualidade da ICR e apoiaram iniciativas como a IDG, a ISG e a ICG, promovendo a construção de uma comunidade de futuro compartilhado entre China e ALC.

Em segundo lugar, a cooperação econômica, comercial e de investimentos continuou a se aprofundar. Em julho de 2014, o presidente Xi Jinping estabeleceu metas grandes para a cooperação econômica e comercial entre a China e a ALC: atingir um volume de comércio de 500 bilhões de dólares e um estoque de investimentos de 250 bilhões de dólares em dez anos. Essas metas foram amplamente cumpridas. Em 2014, o volume do comércio de mercadorias entre a China e a ALC foi de aproximadamente US$ 263,5 bilhões, crescendo para US$ 489 bilhões em 2023; enquanto o estoque de investimentos das empresas chinesas na ALC foi de aproximadamente US$ 106,1 bilhões em 2014 e atingiu US$ 596,2 bilhões em 2022. A China é o segundo maior parceiro comercial da ALC e o maior de países como Brasil, Chile, Peru e Uruguai. A China é a terceira maior fonte de investimento na ALC, enquanto a ALC é o segundo destino mais importante para o investimento estrangeiro chinês e um parceiro importante na cooperação internacional em capacidade produtiva. Até março de 2024, Chile, Peru, Costa Rica, Equador e Nicarágua se tornaram sucessivamente parceiros de livre comércio da China. A cooperação econômica, comercial e de investimentos entre a China e a ALC tem sido cheia de vitalidade, criando um modelo exemplar para a cooperação Sul-Sul e fortalecendo a confiança no desenvolvimento econômico geral.

Em terceiro lugar, a cooperação na construção de infraestrutura tem avançado de forma constante. A China apoia e participa ativamente da construção da conectividade na região da ALC. Sob a estrutura da construção conjunta do Cinturão e Rota, as empresas chinesas realizaram muitos projetos de infraestrutura na ALC, inclusive em setores como transporte, energia, telecomunicações, saúde e educação, melhorando efetivamente o nível de conectividade local e a capacidade de desenvolvimento econômico na região. O investimento e a construção de infraestrutura se tornaram um dos campos com maior potencial de crescimento na cooperação entre a China e a ALC. Atualmente, a ALC é o terceiro maior mercado para os contratos de infraestrutura chineses. As empresas chinesas contribuíram para reduzir as deficiências de infraestrutura da região, melhoraram a qualidade de vida de milhões de habitantes e promoveram empregos locais. Por exemplo, a CRRC Corporation Limited da China e o governo do estado brasileiro de São Paulo assinaram o projeto do Eixo Norte da Ferrovia Interurbana de São Paulo, que visa criar o sistema ferroviário interurbano mais rápido e moderno do Brasil. Esse projeto não apenas atenderá à demanda da população brasileira por transporte conveniente, mas também gerará diretamente dezenas de milhares de empregos, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social local.

Em quarto lugar, os intercâmbios entre pessoas continuaram a se expandir. Os intercâmbios interpessoais e culturais entre a China e a ALC estão se tornando mais frequentes. O estabelecimento de Institutos Confúcio e a organização de atividades culturais promoveram o entendimento mútuo entre os dois povos e fortaleceram sua amizade. A cooperação em áreas como cultura, educação e turismo, bem como a cooperação entre os governos locais e a mídia de ambos os lados, aumentaram a proximidade entre os dois povos. A China e a ALC continuaram a expandir a cooperação em treinamento de talentos e treinamento vocacional, com um aumento constante no número de estudantes de intercâmbio entre os dois lados. Os fóruns e plataformas para intercâmbios pessoais e culturais estão se tornando cada vez mais especializados e diversificados. Os intercâmbios entre pessoas são vibrantes e desempenham um papel especial como ponte e elo para promover a compreensão mútua e a amizade. Em outubro de 2022, a China havia estabelecido relações de geminação com 196 cidades, províncias ou estados da região da ALC (WU, 2021). As empresas chinesas na ALC estão cumprindo ativamente sua responsabilidade social e se integrando às comunidades locais. Por exemplo, a Corporação das Três Gargantas (CTG), uma empresa chinesa de energia, colaborou com a Universidade Ricardo Palma, do Peru, na criação da Bolsa de Estudos CTG para incentivar estudantes peruanos de destaque a se tornarem pilares do desenvolvimento do país e embaixadores da amizade entre a China e o Peru.

Em quinto lugar, ambas as partes têm coordenado estreitamente em relação à governança multilateral. A China e a ALC mantêm uma colaboração próxima em plataformas multilaterais, como as Nações Unidas, trabalhando juntas para defender o multilateralismo, a justiça e a equidade internacionais, além de pressionarem pela reforma e aperfeiçoamento do sistema de governança global. Ambas as partes alcançaram amplos consensos sobre temas de governança global, questões internacionais e regionais importantes, a estruturação de uma comunidade China-ALC de futuro compartilhado e a construção de uma ordem internacional mais justa e racional. Além disso, China e ALC têm se apoiado mutuamente em questões que envolvem seus interesses centrais e preocupações-chave. Juntos, China e Brasil emitiram conjuntamente um consenso de seis pontos sobre a solução política para a crise da Ucrânia, que recebeu o apoio e a resposta de mais de 100 países, enviando uma forte voz da China e da ALC em favor da paz, da equidade, da justiça, da cooperação e dos benefícios compartilhados. Em novembro de 2024, o presidente Xi Jinping foi convidado para a 31ª Reunião de Líderes Econômicos do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), realizada em Lima, e realizou uma visita de Estado ao Peru. Posteriormente, participou da 19ª Cúpula de Líderes do G20, realizada no Rio de Janeiro, e realizou também uma visita de Estado ao Brasil. A viagem do presidente Xi Jinping à ALC, com foco na região, conexão com a Ásia-Pacífico e uma visão global, foi um percurso de amizade que cruzou montanhas e mares, uma jornada de unidade para promover o desenvolvimento e um esforço de cooperação para expandir as relações de parceria. Essa visita impulsionou o desenvolvimento saudável e estável das relações entre grandes potências, liderou a solidariedade e o fortalecimento do Sul Global, e enriqueceu as novas práticas para construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade. Durante a cúpula do G20, o presidente Xi Jinping apresentou as oito ações da China para o desenvolvimento global, como a adesão à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a proposta de uma Iniciativa de Cooperação Internacional de Ciência Aberta, apresentada em conjunto com países do Sul Global, como o Brasil, e a ampliação da abertura unilateral para os países menos desenvolvidos, entre outras medidas. Essas iniciativas demonstram a estreita comunicação e apoio mútuo entre a China e os países da ALC em fóruns multilaterais, bem como sua firme determinação de promover o desenvolvimento global conjunto, a multipolaridade mundial e a manutenção da equidade e da justiça internacionais.

III. Perspectivas sobre a construção de uma comunidade de futuro compartilhado China-ALC a partir de uma perspectiva do Sul Global

A China e a ALC são membros naturais do Sul Global, e a construção de uma comunidade de futuro compartilhado China-ALC é essencialmente uma cooperação Sul-Sul. Portanto, a exploração e a prática da construção de uma comunidade de futuro compartilhado entre a China e a ALC não têm apenas significado bilateral, mas também multilateral. Nos próximos 10 anos, dessa comunidade estabelecerá uma tendência de desenvolvimento substancial.

1. As parcerias levam a cooperação abrangente China-ALC a uma nova era

Desde o início deste século, as relações China-ALC vêm se aprofundando e apresentando um padrão de cooperação multinível, amplo e abrangente, no qual as parcerias têm desempenhado um papel de destaque. Até o momento, a China estabeleceu parcerias de múltiplos níveis e tipos com 15 países latino-americanos: 5 parcerias estratégicas, 1 parceria estratégica de cooperação, 8 parcerias estratégicas abrangentes e 1 parceria estratégica para todos os tempos. A construção da rede de parcerias China-ALC não apenas aprofundou a confiança política mútua, mas também expandiu as áreas de cooperação e injetou vitalidade nas relações China-ALC. Desde o início do século XXI, oito países da América Latina e do Caribe estabeleceram ou retomaram relações diplomáticas com a China, aumentando para 26 o número de países na região com os quais a China mantém relações diplomáticas formais.

Olhando para o futuro, acreditamos que a rede de parcerias China-ALC não só continuará a se expandir, mas também se tornará cada vez mais profunda, levando a cooperação abrangente China-ALC a uma nova era de igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e benefício para os povos. Este julgamento baseia-se em quatro características da construção de uma parceria com a China.

Em primeiro lugar, a igualdade é a base da parceria. Esse modelo difere da diplomacia tradicional das grandes potências e permite que os países latino-americanos sintam a sinceridade e a responsabilidade da China na cooperação.

Em segundo lugar, o benefício mútuo e o ganho compartilhado são o objetivo desta parceria. Sob o marco do benefício mútuo, as áreas de cooperação entre a China e a ALC foram ampliadas e aprofundadas, trazendo benefícios tangíveis para os países latino-americanos e promovendo, ao mesmo tempo, o desenvolvimento da China.

Em terceiro lugar, a inovação e a abertura são características fundamentais da parceria na nova era. Ambas as partes estão promovendo o desenvolvimento das relações China-ALC para níveis de qualidades mais elevadas por meio da inovação nos modos e conteúdos da cooperação e da abertura de áreas de cooperação como parceiros.

Em quarto lugar, beneficiar o sustento dos povos é a essência da parceria. O objetivo final da parceria China-ALC é contribuir para o bem-estar das populações de ambos os lados. Por isso, a China tem se concentrando na cooperação em áreas como alívio da pobreza, educação, assistência médica e outros programas voltados para subsistência, com o objetivo de ajudar os países latino-americanos a elevar seus níveis de desenvolvimento social.

2. Economia digital e desenvolvimento verde para promover a qualidade e o aprimoramento da cooperação econômica e comercial entre a China e a ALC

A cooperação econômica e comercial é o elo central na construção de uma comunidade de futuro compartilhado entre a China e a ALC. O volume de comércio entre a China e a ALC cresceu de menos de US$ 100 bilhões no início deste século para quase US$ 500 bilhões, e o investimento direto da China na ALC aumentou de US$ 10 bilhões para quase US$ 700 bilhões entre 2005 e 2023. Enquanto isso, a China assinou ou otimizou acordos de livre comércio (FTAs, na sigla em inglês) com Costa Rica, Equador, Nicarágua, Chile, Peru e outros países, o que apoiou firmemente o desenvolvimento sustentado e estável da cooperação econômica e comercial bilateral. Até o final de 2023, o número de empresas financiadas pela China na ALC chegou a mais de 3.000, e a tendência de empresas se mudarem para a região continua forte. O estreitamento dos laços econômicos e comerciais proporcionou uma base material sólida para a construção de uma comunidade de futuro compartilhado China-ALC.

No entanto, a cooperação econômica e comercial entre a China e a ALC enfrenta o desafio de melhorar sua qualidade. Nos próximos 10 anos, o Sul Global acelerará sua transformação digital e ecológica, o que oferece uma oportunidade para a cooperação China-ALC promover a integração profunda da economia digital e do desenvolvimento ecológico.

Em primeiro lugar, a economia digital está provocando mudanças profundas no modo de cooperação econômica e comercial entre a China e a ALC. Por um lado, as vantagens tecnológicas e a escala de mercado da China no campo da economia digital proporcionam um amplo espaço para a cooperação China-ALC e, por outro lado, as empresas chinesas apoiam a construção de infraestrutura digital nos países latino-americanos por meio de investimentos em tecnologia e exportação, de modo a ajudá-los a acelerar a transformação digital.

Em segundo lugar, a cooperação em energia limpa e a construção de cadeias de suprimentos verdes promoveram a transformação verde da China e da ALC. Nos últimos anos, a China e a ALC não apenas promoveram vigorosamente a cooperação nas áreas de energia fotovoltaica, energia eólica e veículos de novas energias, mas também fortaleceram a construção de cadeias de suprimentos verdes em áreas comerciais tradicionais, como produtos agrícolas, recursos minerais e indústrias de manufatura, com o objetivo de ajudar a China e a ALC em seu desenvolvimento verde.

Além disso, impulsionada pelas tendências duplas de digitalização e transição ecológica, a cooperação econômica e comercial entre a China e a ALC está avançando para um nível mais profundo de integração. A integração da digitalização e do desenvolvimento verde está promovendo a expansão gradual da cooperação econômica e comercial entre a China e a ALC, da tradicional exportação de matérias-primas e energia para setores de alto valor agregado, e da “expansão quantitativa” para o “aprimoramento qualitativo”.

3. Desenvolver a cooperação intelectual para criar um novo modelo de intercâmbio e aprendizado mútuo entre as civilizações da China e da ALC

Em 2014, o presidente Xi Jinping propôs o “aprendizado e apreciação mútuos nas ciências humanas” como um dos cinco pilares para a construção de uma comunidade China-ALC de futuro compartilhado. Nos últimos 10 anos, uma tendência importante foi a expansão da cooperação China-ALC para além das esferas políticas e econômicas tradicionais, incluindo intercâmbios humanísticos, compartilhamento de conhecimento e apreciação mútua de civilizações em um nível mais profundo. Por um lado, essa mudança foi impulsionada pelo rápido desenvolvimento das relações econômicas e comerciais entre a China e a ALC e, por outro, pelo incentivo dos governos de ambos os lados em termos políticos. Nesse contexto, a escala, o escopo e a frequência dos intercâmbios humanísticos entre a China e a ALC alcançaram um desenvolvimento sem precedentes. De acordo com estatísticas parciais, até 2024, haverá 48 Institutos Confúcio e mais de 80 institutos de pesquisa chineses ou relacionados à China em 26 países latino-americanos, enquanto mais de 160 instituições de ensino superior na China oferecem cursos de espanhol ou português, e o número de institutos de pesquisa latino-americanos na China também aumentou para 67.

Com a expectativa comum de um desenvolvimento de maior qualidade, é urgente que a China e a ALC progridam no intercâmbio e na cooperação de conhecimento, de modo a criar um novo padrão de intercâmbio e aprendizado mútuo entre as civilizações chinesa e latino-americana. No futuro, espera-se que a cooperação no campo do conhecimento alcance novos avanços em diversas áreas.

Em primeiro lugar, a promoção da cooperação em inovação e transferência de tecnologia. Os dois lados podem redobrar seus esforços com relação à cooperação em inovação e transferência de tecnologia, especialmente em setores avançados, como economia digital, energia limpa, tecnologia médica etc., com o objetivo de promover conjuntamente a inovação industrial e aumentar a competitividade no mercado global.

Em segundo lugar, a cooperação no campo do desenvolvimento sustentável deve ser ampliada. O desenvolvimento da cooperação em conhecimento deve se concentrar mais na área de desenvolvimento sustentável. Ambos os lados podem fortalecer a cooperação em áreas como mudanças climáticas, proteção verde e tecnologia verde, e compartilhar suas experiências de sucesso e melhores práticas na formulação de políticas e implementação de tecnologia.

Em terceiro lugar, a cooperação entre plataformas bilaterais e multilaterais deve ser fortalecida. Ambos os lados devem prestar muita atenção ao compartilhamento de práticas recomendadas ou experiências de desenvolvimento entre plataformas ou dentro delas. Isso não só ajudará a China e a ALC a aprender com o conhecimento sobre desenvolvimento ou com as experiências de cooperação de outras regiões, mas também promoverá a cooperação Sul-Sul e contribuirá com a sabedoria de desenvolvimento da China e da ALC para o desenvolvimento e a governança globais.

4. Moldar um novo paradigma de cooperação no Sul Global, tanto bilateral quanto coletivamente

Para promover a construção de uma comunidade China-ALC de futuro compartilhado, o presidente Xi Jinping propôs em 2014 um modelo de “duas rodas” de engajamento em assuntos regionais e internacionais, ou seja, “cooperação coletiva e relações bilaterais de reforço mútuo” em assuntos latino-americanos e “cooperação estreita em assuntos internacionais”. Isso significa que, por um lado, a China e os países latino-americanos podem continuar a usar e otimizar os mecanismos bilaterais existentes, como comitês bilaterais de cooperação de alto nível ou comitês conjuntos de alto nível; e, por outro lado, em questões de governança global, a China pode não apenas buscar políticas comuns com países latino-americanos de forma individual, mas também coordenar e unificar suas posições com base em mecanismos de cooperação coletiva, como o Fórum China-CELAC. Esse modelo de interação virtuosa entre mecanismos bilaterais e globais não só melhorará muito as relações entre a China e a ALC, mas também será um bom exemplo para que o Sul Global coopere na promoção de mudanças no sistema de governança global e na formação de um sistema multilateral mais representativo. No futuro, espera-se que a China e a ALC fortaleçam ainda mais a cooperação na governança global nos seguintes níveis.

Primeiro, o multilateralismo deve ser defendido em conjunto. Ambos os lados devem fortalecer ainda mais a coordenação em plataformas multilaterais, como as Nações Unidas, a Organização Mundial do Comércio e o G20, continuar a promover uma ordem internacional baseada em regras e defender os interesses gerais do Sul Global, salvaguardando conjuntamente o multilateralismo.

Em segundo lugar, a reforma do sistema de governança global deve ser promovida. Ambos os lados concordam que o atual sistema de governança global deve se tornar mais inclusivo e equitativo. No futuro, ambos os lados continuarão a promover a reforma dos mecanismos de governança global, incluindo finanças internacionais, comércio e mudanças climáticas, e a aumentar a representação e a voz dos países em desenvolvimento na governança global.

Em terceiro lugar, a coordenação e a cooperação sobre as mudanças climáticas devem ser fortalecidas. A China e a ALC têm interesses comuns no enfrentamento das mudanças climáticas. Em especial, com a COP30 a ser realizada no Brasil em 2025, os dois lados continuarão a coordenar suas posições sobre as mudanças climáticas e a defender conjuntamente o princípio de “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”.

IV. Alcançando a prosperidade e o desenvolvimento comuns e construindo um futuro melhor para a China e a ALC

Nos últimos 10 anos, apesar das notáveis conquistas na construção de uma comunidade China-ALC com futuro compartilhado, a mudança da situação internacional e alguns problemas estruturais na cooperação bilateral continuam a representar desafios consideráveis para a sustentabilidade das relações China-ALC. A fim de promover ainda mais a construção de uma comunidade China-ALC de futuro compartilhado, podemos nos concentrar e impulsionar nos três aspectos a seguir no futuro:

1. Construção conjunta de alta qualidade da Iniciativa Cinturão e Rota: injetando um novo impulso no desenvolvimento verde da China e da ALC

A Iniciativa Cinturão e Rota (ICR) é um grande esforço na construção de uma comunidade China-ALC de futuro compartilhado, e é seu principal caminho. Até o momento, a China assinou memorandos de entendimento com 22 países da ALC sobre a construção conjunta da ICR, assinou planos de cooperação com Jamaica, Suriname, Cuba, Argentina, Chile e Uruguai para promover conjuntamente a construção da ICR e estabeleceu um mecanismo de coordenação para a cooperação na construção da ICR com Cuba, além de promover continuamente o reforço das sinergias entre a Iniciativa Cinturão e Rota e estratégias de desenvolvimento do Brasil. Nos últimos 10 anos, a China e a ALC alcançaram resultados notáveis na construção conjunta da ICR: a política e a coordenação do Cinturão e Rota têm sido muito eficazes, e essa iniciativa tem sido uma importante fonte de inspiração para a China e a ALC. A comunicação política e a complementaridade estratégica se aprofundaram, a conectividade da infraestrutura foi fortalecida, a cooperação comercial e de investimentos cresceu aos trancos e barrancos, o financiamento de capital continuou a se desenvolver de forma inovadora, e os intercâmbios humanísticos e o aprendizado mútuo atingiram um novo patamar.

No entanto, diante das mudanças no cenário econômico global e dos desafios da recuperação global após a pandemia da COVID-19, a construção conjunta de alta qualidade do Cinturão e Rota tornou-se o caminho central para aprofundar a construção de uma comunidade China-ALC de futuro compartilhado. Para isso, os esforços devem ser redobrados nas seguintes áreas:

Promover a construção do “Cinturão e Rota Verde”. Em vista da necessidade urgente de desenvolvimento global sustentável, a construção da ICR deve dar maior ênfase ao desenvolvimento verde e à proteção ambiental. Portanto, os dois lados devem fortalecer o intercâmbio e a cooperação nas áreas de finanças verdes, padrões e tecnologias verdes e capacitação verde.

Promover a cooperação no “Cinturão e Rota Digital”. A decolagem da economia digital oferece uma nova oportunidade para a China e a ALC construírem conjuntamente a ICR. A China e a ALC devem promover vigorosamente a construção do “Cinturão e Rota Digital”, fortalecer a cooperação na construção de infraestrutura digital, na facilitação do comércio digital e no treinamento de habilidades digitais, além de impulsionar a transformação digital dos países latino-americanos.

Promover a construção de mecanismos de cooperação multilateral. No futuro, será necessário fortalecer a cooperação com organizações internacionais, como o Banco Mundial e o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês), bem como promover inovações nos mecanismos de cooperação regional, fomentar a articulação com organizações regionais, como o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF) e o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), e se esforçar para integrar o ICR nas agendas de desenvolvimento regional e global.

Promover uma cooperação aprofundada na cadeia industrial e na cadeia de suprimentos. No futuro, a construção do Cinturão e Rota deve se concentrar na integração profunda de ambos os lados na cadeia industrial e na cadeia de suprimentos, e promover a transformação dos países latino-americanos de indústrias de baixo valor agregado para indústrias de alto valor agregado, a fim de ajudá-los a sair da armadilha da “desindustrialização”.

Promover a transparência e a inclusão em projetos de cooperação. A construção de alta qualidade do Cinturão e Rota requer a garantia de transparência e inclusão dos projetos, reduzindo os riscos de cooperação e os conflitos sociais causados pela assimetria de informações, de modo que os projetos de cooperação possam realmente servir ao desenvolvimento econômico e social local e melhorar os meios de subsistência das pessoas.

2. Melhorar o Fórum China-CELAC para aproveitar ao máximo os novos benefícios da cooperação abrangente China-ALC

Em julho de 2014, o fórum entre a China e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, o Fórum China-CELAC, foi estabelecido, marcando o início de um novo modelo em que a cooperação China-ALC como um todo e as relações bilaterais se promovem mutuamente, formando um mecanismo abrangente, extensivo e multinível de cooperação. Como plataforma para a cooperação intergovernamental entre a China e a ALC, o mecanismo inclui principalmente reuniões ministeriais, o Diálogo de Ministros das Relações Exteriores China-CELAC, a Reunião de Coordenadores Nacionais (Reunião de Altos Dignitários), além de fóruns e encontros em diversas áreas profissionais. Esses subfóruns profissionais, realizados no âmbito do Fórum China-CELAC, tornaram-se as plataformas de diálogo e cooperação mais dinâmicas dentro do mecanismo geral de cooperação entre a China e a ALC, abrangendo cerca de 30 áreas, como infraestrutura, tecnologia digital, agricultura, negócios, juventude, grupos de reflexão, meio ambiente, redução da pobreza, transporte e aeroespacial. Nos últimos 10 anos, o Fórum China-CELAC consolidou-se como a plataforma mais importante para promover a cooperação abrangente entre a China e a ALC, fortalecendo a articulação das estratégias de desenvolvimento entre ambas as partes e construindo uma comunidade China-ALC de futuro compartilhado.

Atualmente, a China e a ALC estão enfrentando um momento crucial na construção do mecanismo de cooperação abrangente, com a expectativa de que a Cúpula do Fórum China-CELAC seja realizada em 2025. Nesse momento oportuno, é imperativo que a China e a ALC resumam as conquistas e experiências dos últimos 10 anos, planejem o foco da próxima etapa de cooperação e otimizem e atualizem o Fórum China-CELAC, com o objetivo de elevar a construção de uma comunidade China-ALC de futuro compartilhado a um novo patamar.

Estabelecer um mecanismo permanente para o diálogo de alto nível entre a China e a ALC. Embora o Fórum China-CELAC ofereça atualmente um canal de comunicação multinível, a frequência e a eficácia dos diálogos são relativamente insatisfatórias. No futuro, deve-se considerar o estabelecimento de um mecanismo de diálogo de alto nível mais regular, com convites a especialistas no assunto, a fim de aumentar a confiança mútua estratégica e a coordenação de políticas.

Otimizar o mecanismo de negociação de acordos de livre comércio bilaterais e multilaterais. Deve-se pedir a mais países latino-americanos ou organizações regionais que assinem acordos de livre-comércio bilaterais ou multilaterais com a China, a fim de reduzir as barreiras comerciais, promover o livre fluxo de mercadorias, serviços, capital e tecnologia e impulsionar as relações econômicas e comerciais entre a China e a ALC a um novo patamar.

Fortalecer o diálogo e a cooperação com organizações sub-regionais. Além da cooperação abrangente, o diálogo e a cooperação com organizações sub-regionais, como o Mercosul, a Aliança do Pacífico (AP), a Comunidade Andina (CAN), o Sistema de Integração Centro-Americana (SICA) e a Comunidade do Caribe (CARICOM), devem ser incentivados e promovidos. Dessa forma, o Fórum China-CELAC poderá promover melhor a cooperação prática e atender às necessidades de diferentes países e sub-regiões.

Promover o estabelecimento de um mecanismo de intercâmbio cultural de alto nível entre a China e a ALC. No âmbito do Fórum China-CELAC, existem cerca de 10 subfóruns destinados a intercâmbios humanísticos. No entanto, China e ALC ainda não estabeleceram nenhum mecanismo bilateral ou multilateral para intercâmbios culturais de alto nível. Essa área está atrasada em relação à cooperação da China com outras regiões e outras áreas da cooperação China-ALC.

3. Implementar as “Três Iniciativas Globais” e liderar a nova jornada da comunidade China-ALC de futuro compartilhado

As Três Iniciativas Globais da China – a saber, a Iniciativa de Desenvolvimento Global, a Iniciativa de Segurança Global e a Iniciativa de Civilização Global – são importantes bens públicos internacionais fornecidos pela China ao mundo. Elas oferecem soluções chinesas para os desafios globais, promovem a transformação do sistema de governança global e oferecem um sólido apoio para a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade. A construção de uma comunidade China-ALC de futuro compartilhado deve alinhar-se à implementação das Três Iniciativas Globais, com China e ALC unidas para promover o desenvolvimento econômico global, a governança da segurança internacional e os intercâmbios civilizacionais e o aprendizado mútuo, impulsionando assim um novo marco na construção da comunidade China-ALC de futuro compartilhado.

Alinhamento das estratégias de desenvolvimento como a principal direção para a implementação da Iniciativa de Desenvolvimento Global. A promoção do alinhamento das estratégias de desenvolvimento pode coordenar de forma eficaz as necessidades de desenvolvimento, enfrentando os desafios da transformação estrutural das economias compartilhadas.

-Fortalecer a comunicação e a coordenação das políticas intergovernamentais: Ambas as partes podem aprofundar a compreensão mútua sobre as respectivas necessidades de desenvolvimento e forjar um consenso político em áreas-chave por meio de diálogos políticos em múltiplos níveis e formatos.

-Promover a construção de infraestrutura e a conectividade. A modernização da América Latina e do Caribe deve, antes de tudo, passar pela modernização das infraestruturas. Ambas as partes podem aproveitar suas vantagens comparativas para fortalecer a conexão das estratégias de desenvolvimento em setores como transporte, energia e redes de informação, promovendo uma cooperação mutuamente benéfica.

-Aprofundar a cooperação em economia verde e desenvolvimento sustentável: Diante do desafio de equilibrar o crescimento econômico e a proteção ambiental, ambas as partes podem alcançar uma transformação verde por meio da harmonização de suas estratégias de desenvolvimento sustentável e da reformulação de seus modelos de crescimento econômico.

A cooperação em segurança não tradicional é uma área fundamental para a implementação da Iniciativa de Segurança Global. Atualmente, os desafios de segurança comuns enfrentados pela China e pela ALC estão concentrados principalmente em âmbitos não tradicionais, como mudanças climáticas, segurança cibernética e saúde pública, áreas nas quais ambas as partes podem reforçar a cooperação.

-Mudanças climáticas e cooperação em segurança ambiental: Ambas as partes podem avaliar a possibilidade de estabelecer um mecanismo de cooperação conjunta para a prevenção e a mitigação de desastres, promover conjuntamente projetos de proteção e restauração de florestas tropicais e melhorar a capacidade de resposta às mudanças climáticas e desastres naturais por meio do compartilhamento de experiências e treinamento técnico.

-Cooperação em segurança cibernética: Ambas as partes podem compartilhar tecnologias de proteção cibernética, aprimorar capacidades nessa área, cooperar no combate a crimes cibernéticos transfronteiriços e buscar a criação de um mecanismo de cooperação em segurança cibernética para garantir a segurança do desenvolvimento econômico e digital.

-Cooperação em saúde pública e segurança sanitária: A pandemia de COVID-19 acelerou a cooperação China-ALC no campo da saúde pública. A cooperação em pesquisa e desenvolvimento de vacinas, na prevenção e controle de doenças infecciosas e no compartilhamento de recursos médicos pode ser ainda mais fortalecida. Além disso, pode-se explorar a criação de um mecanismo regular de cooperação em saúde pública para compartilhar periodicamente informações e tecnologias mais recentes nesse campo.

O intercâmbio de conhecimentos e a cooperação são o principal objetivo da Iniciativa de Civilização Global. Na nova era, os intercâmbios e a cooperação no campo do conhecimento e da tecnologia não apenas darão um novo impulso aos intercâmbios civilizacionais e ao aprendizado mútuo entre a China e a ALC, mas também ajudarão ambas as partes a enfrentar juntos os desafios globais e regionais.

-Fortalecer a cooperação em ciência, tecnologia e inovação e promover o compartilhamento de conhecimento e o progresso tecnológico: As duas partes podem promover o fluxo bidirecional de conhecimento e tecnologia, além de fomentar a cooperação na transferência de tecnologia e inovação. Isso pode ser alcançado por meio do fortalecimento da cooperação entre instituições de pesquisa científica e empresas, do desenvolvimento conjunto de novas tecnologias e da exploração de aplicações inovadoras.

-Aprofundar a cooperação nas indústrias culturais e criativas e promover a difusão digital do conhecimento: Ambas as partes podem fortalecer a cooperação em setores culturais e criativos, como cinema e televisão, literatura, música e artes, com o objetivo de estabelecer um mecanismo eficaz e de longo prazo para intercâmbios culturais orientados para a indústria. Paralelamente, podem promover a criação de uma plataforma digital para o intercâmbio cultural entre a China e a ALC, aproveitando plenamente os novos meios de comunicação para difundir o conhecimento de forma interativa.

-Realizar pesquisas conjuntas e diálogos políticos e promover o intercâmbio de experiências em governança nacional: As duas partes podem aprimorar a cooperação entre think tanks e governos para conduzir pesquisas conjuntas em diversas áreas, como governança social, redução da pobreza e mudanças climáticas. Além disso, podem fortalecer o diálogo político e o compartilhamento de experiências sobre temas de interesse mútuo, com o objetivo de melhorar conjuntamente os níveis de governança nacional.

Conclusão

Atualmente, a China empenhada em promover a modernização chinesa. O relatório apresentado ao o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China estabelece a promoção da “construção da comunidade de futuro compartilhado para a humanidade” como um dos requisitos essenciais da modernização chinesa. O secretário-geral do Comitê Central do PCCh, Xi Jinping, afirmou: “A China não busca a modernização de forma isolada. Está disposta a trabalhar com outros países para alcançar a modernização global por meio do desenvolvimento pacífico, cooperação mutuamente benéfica e prosperidade comum, promovendo a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.” Com um desenvolvimento de maior qualidade e um nível mais elevado de abertura, a modernização da China injetará mais estabilidade e certeza em um mundo turbulento e continuará contribuindo com a sabedoria, as soluções e a força da China para o avanço do processo de modernização global e a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.

Os países da América Latina e do Caribe também estão empenhados em aprimorar seu desenvolvimento. À medida que o Sul Global continua a crescer, os países da ALC, como parte importante dessa região, estão fazendo sua voz ser ouvida no cenário internacional. Como poderiam encontrar um caminho de modernização adequado às suas realidades? Esse é o objetivo que os países da ALC buscam alcançar em conjunto atualmente. A prática da modernização chinesa demonstra que não existe um modelo fixo de modernização e que o melhor é aquele que se adapta às necessidades de cada país. Isso fornece novos exemplos e opções para que os países em desenvolvimento, incluindo os da ALC, alcancem sua modernização.

A China e os países da ALC são países em desenvolvimento e membros do Sul Global. Compartilhamos mais interesses comuns, posições mais próximas e uma missão compartilhada maior. Ambas as partes têm amplos consensos e interesses compartilhados na resolução de questões internacionais urgentes, no enfrentamento de desafios globais e na promoção da reforma do sistema de governança global. Nesse contexto, a China e a ALC avançarão no caminho da construção conjunta de uma comunidade de futuro compartilhado. Os próximos 10 anos de construção da comunidade China-ALC de futuro compartilhado serão promissores!

Referências:

WANG, Hui. Pesquisa sobre a comunidade do futuro compartilhado para a humanidade e a modernização do sistema de governança global. People’s Tribune, maio de 2024. Disponível em: http://www.rmlt.com.cn/2024/0510/702197.shtml.

Ibid.

GABINETE DE INFORMAÇÃO DO CONSELHO DE ESTADO DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA. A Global Community of Shared Future: China’s Proposals and Actions. 26 de setembro de 2023. Disponível em: https://www.gov.cn/zhengce/202309/content_6906335.htm.

WU, Jie; LIU, Xuxia. Building a community of Shared Future for Common Progress. Diário do Povo, 23 de julho de 2021, terceira edição. Disponível em: http://paper.people.com.cn/rmrb/html/2021-07/23/nw.D110000renmrb_20210723_1-03.htm.

WU, Kai. Um “Salto entre as Nuvens” para a China e a ALC. China Hoje (versão em espanhol), n.º 10, 2022, p. 40.

 

Instruções de redação e agradecimentos

O relatório “Atravessando juntos entre o vento e a chuva, a construção de uma comunidade de futuro compartilhado China-ALC: a prática e as perspectivas futuras” foi iniciado pelo Centro das Américas (Beijing Review) do Grupo de Comunicações Internacionais da China (CICG, na sigla em inglês) e é um projeto de pesquisa conjunta entre think tanks da China e dos países da América Latina e Caribe (ALC). Esse projeto foi lançado oficialmente no início de 2024. Os think tanks e as instituições de pesquisa da China e da ALC que participaram deste trabalho incluem: o Centro das Américas do CICG, o Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, o Centro de Estudos Asiáticos da Universidade Nacional Mayor de San Marcos, no Peru, o Núcleo de Estudos dos Países BRICS (NuBRICS) da Universidade Federal Fluminense, no Brasil, o Centro Mexicano de Estudos Econômicos e Sociais, a Escola de Governo da Universidade de Desarrollo, no Chile, a Cátedra Internacional de Estudos sobre a China e a América Latina da Universidade de Congreso, na Argentina, e o Centro de Estudos da América Latina e do Caribe da Universidade Sudoeste de Ciência e Tecnologia, na China.

O relatório está dividido em duas partes: a primeira aborda a cooperação global entre a China e a ALC, e a segunda foca nas cooperações bilaterais entre a China e os países da região, como Peru, Brasil, México, Chile e Argentina. O relatório está disponível em chinês, espanhol e português.

Os redatores deste relatório são o grupo de pesquisa do Centro das Américas do CICG e Guo Cunhai, diretor do Departamento de Sociedade e Cultura e do Centro de Estudos Argentinos do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais.

Agradecemos o apoio da Academia de Estudos sobre a China e o Mundo Contemporâneos (ACCWS, na sigla em inglês), do Centro de Estudos Peruanos da Universidade Normal de Hebei e outras instituições no processo de elaboração e publicação do relatório.

Centro das Américas (Beijing Review) do Grupo de Comunicações Internacionais da China (CICG)

Vinculado ao Grupo de Comunicações Internacionais da China (CICG, na sigla em inglês), o Centro das Américas (Beijing Review), ou CA, é um conglomerado de mídia e comunicação internacional da China para países e regiões nas áreas americanas.

Atualmente, o CA possui duas marcas principais, Beijing Review, elaboradas em inglês, e China Hoje, em espanhol, português e outras línguas. O centro cria conteúdos multilinguísticos de mídia convergente, opera sites e contas nas redes sociais em chinês, inglês, espanhol, e em português, e desenvolve pesquisas e estudos profundos da região. Também estabelece plataformas de intercâmbios para mídias e think tanks internacionais, e organiza eventos de intercâmbios.

O centro tem estabelecido uma filial de América Norte, nos EUA, uma de América Latina, em México, e um escritório representativo no Peru.

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