A visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, na terça-feira, a Taiwan é uma intervenção nos assuntos internos da China e vai contra o princípio de Uma Só China reconhecido internacionalmente, afirmou o coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Evandro Menezes de Carvalho.
“A visita de Nancy Pelosi a Taiwan é uma intervenção externa em assuntos domésticos, o que é proibido pelo direito internacional”, disse Carvalho, que é editor-chefe da revista China Hoje. Ele destacou que a questão de Taiwan é um assunto interno da China.
Carvalho criticou o estilo de diplomacia exercido pelos Estados Unidos, que descreveu como “de confronto”, diferentemente da China, que opta pelo diálogo. “A diplomacia dos EUA, como a que vimos com Nancy Pelosi, é uma diplomacia de confronto, enquanto a China tenta evitar ao máximo o confronto direto”, disse.
Carvalho reiterou que a questão de Taiwan diz respeito apenas aos chineses. “Esta viagem de Nancy Pelosi a Taiwan rompe com o acordo estabelecido entre os dois países, um acordo em que os EUA tinham reconhecido a existência de apenas Uma China, e essa ruptura é preocupante”, comentou.
“Esta visita precisa ser entendida no contexto em que o Partido Democrata está necessitando fortalecer a sua popularidade para as próximas eleições a serem realizadas nos EUA. Já no plano internacional, os EUA tentam desenhar uma lógica de relações internacionais dentro da dicotomia ‘democracia versus ditadura’. A própria Pelosi mencionou isso recentemente em Taiwan; o que remonta um pouco à mentalidade da Guerra Fria”, declarou.
Para Carvalho, os exercícios militares chineses, que foram anunciados pouco depois da visita de Pelosi, têm o objetivo de salvaguardar resolutamente a soberania, a integridade territorial da China e frustrar a ingerência de forças externas e os planos separatistas de “independência de Taiwan”.
“No lado chinês, a diplomacia já se pronunciou dizendo que haverá uma resposta firme a esta visita. O fato é que o modelo chinês de responder a estas situações é muito diferente do da diplomacia ocidental”, concluiu.
(Fonte: Xinhua/ Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)
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