Uma visita muito importante

Jornalistas brasileiros visitam três cidades chinesas

Por Filipe Porto*

No final de agosto, uma delegação de 21 jornalistas brasileiros visitou Pequim, Wuhan e Chengdu, em viagem organizada pelo Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista da China. A visita proporcionou uma rica experiência de aprendizado, com visitas a instituições de comunicação, empresas de alta tecnologia, universidades, centros de pesquisa e pontos turísticos de destaque.

Um aspecto que o grupo achou particularmente impressionante foi como a tecnologia já faz parte da vida cotidiana dos chineses. “O futuro na China’ é uma frase um pouco curiosa porque o futuro chinês já é agora”, disse Heloísa Villela, jornalista independente.

Heloísa destacou como a vida nas principais cidades chinesas é facilitada por soluções tecnológicas, como as estações de troca de baterias para bicicletas elétricas. “A China simplifica a vida de muitos trabalhadores, especialmente entregadores”, disse ela, que destaca também a sensação de segurança nas ruas da China. Heloísa também observou a preocupação do governo com o tempo de tela das crianças. Nos últimos anos, foi implementado um programa que limita o acesso das crianças a jogos online durante o horário escolar. “Embora isso possa soar como um controle rígido, muitos pais brasileiros provavelmente apreciariam algo semelhante, já que o tempo excessivo de tela é um problema global”, disse ela.

Miguel do Rosário, da Revista Fórum, expressou sua admiração pela sofisticação da mídia estatal da China. “É muito sofisticada, e sempre se dispõe a responder às nossas perguntas e quebrar muitos dos preconceitos sobre a China que são repercutidos no Ocidente. O Estado, uma instituição que muitas vezes é vista no Ocidente como incapaz de trazer inovação e excelência, executa isso com maestria em sua mídia na China.

Muitos jornalistas destacaram o quanto a harmonia entre modernidade e preservação da tradição é um tema recorrente. Cíntia Alves, editora do Jornal GGN, ficou fascinada com o equilíbrio entre o avanço tecnológico e o respeito pela cultura milenar da China. “A palavra que mais ouvi foi ‘harmonia’. A China está aberta a jornalistas estrangeiros, desde que tenham a humildade de entendê-la em sua totalidade.”

Em Chengdu, Heloísa ficou impressionada com a modernidade da cidade, que teve rápido crescimento na última década. Os jornalistas participaram da abertura do Fórum Internacional de Mídia da Rota da Seda. “É um projeto que visa fortalecer as relações”, disse ela.

Pequim deixou uma profunda impressão em Tainá Farfan, repórter da Record, uma das principais redes de TV brasileiras, que a descreveu como um exemplo de como a tecnologia e a natureza podem coexistir. “Pequim é uma cidade de primeiro mundo, com rios limpos e áreas verdes”, observou ela.

Miguel do Rosário também ficou impressionado com o tamanho e a sofisticação das empresas que o grupo visitou. “São empresas estratégicas, que fazem a diferença e estão comprometidas com a política de abertura da China, não apenas em suas transações comerciais, mas também em relação a nós, visitantes. Eu me senti um turista visitando atrações, pela disposição demonstrada de explicar o que as empresas fazem.”

Cíntia Alves enfatizou a importância de tais experiências para a compreensão da China. “Embora a China seja um assunto de destaque, sabemos pouco sobre sua política interna. Saí fascinada pelo investimento do país no futuro, em tecnologia e inovação – algo que não vemos no Brasil.”

A experiência dos jornalistas brasileiros na China mostrou a importância de um maior intercâmbio entre os dois países, tanto tecnológica quanto culturalmente, demonstrando que o futuro já chegou para a China – e há muito o que compartilhar com o Brasil.

*O autor é consultor editorial de China Hoje.

Este texto foi publicado originalmente na revista China Hoje. Clique aqui, inscreva-se na nossa comunidade, receba gratuitamente uma assinatura digital e tenha acesso ao conteúdo completo.

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