Projetos bilaterais de alta tecnologia sinalizam cooperação Brasil-China mais profunda

Colaborações vão de produção de arroz híbrido a satélites que monitoram a Amazônia

 

Depois de quase quatro décadas de cooperação científica e tecnológica, os laços entre a China e o Brasil alcançaram uma nova fase de profunda integração, baseados no investimento estrangeiro direto e na cooperação científica e tecnológica.

Cientistas brasileiros e chineses estão colaborando estreitamente em vários projetos – que abrangem desde os campos de arroz no Rio Grande do Sul, até os satélites que monitoram a floresta amazônica.

Desde 2003, o Instituto de Arroz do Rio Grande do Sul (IRGA) trabalha com especialistas do Instituto de Pesquisa de Arroz de Hunan. O objetivo é desenvolver um tipo de arroz híbrido mais consumido na China. Ivo Mello, pesquisador do IRGA, afirma que esse pode ser “um grande negócio para o futuro”.

“Nosso arroz é diferente do que os consumidores chineses preferem. É por isso que queremos desenvolver um híbrido no Brasil, para que possamos fornecer esse grão à China”, explica.

Em dezembro de 2019, o satélite de recursos terrestres China-Brasil (CBERS-4A) foi enviado à órbita a partir de uma base em Taiyuan, no norte da China, promovendo a colaboração aeroespacial entre os dois países. O CBERS-4A, sexto satélite de um programa de participação conjunta, foi projetado para melhorar a capacidade do governo brasileiro de monitorar a floresta amazônica e as mudanças ambientais.

Luís Paulino, professor da Universidade Estadual Paulista, a UNESP, elogia esse modelo de cooperação. “É interessante para os dois lados, uma vez que oferece a países regionais como o Brasil acesso a tecnologias e técnicas mais avançadas para impulsionar a produção e criação de empregos e a demanda por insumos locais”.

Paulino também exalta a Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China, que visa o desenvolvimento de infraestruturas e a aceleração da integração econômica dos países ao longo e além das vias da antiga Rota da Seda. “Os investimentos chineses, especialmente nas áreas de infraestrutura e logística, são fundamentais para melhorar a competitividade das empresas locais e a produtividade da economia”, acrescenta o professor.

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