O ecossistema de inovação EUA-China será muito prejudicado com a guerra comercial que o presidente Donald Trump iniciou entre os países, de acordo com Robert Merges, professor de direito da Universidade da Califórnia, Berkeley (UC Berkeley). A declaração foi feita em um painel de discussão de um evento realizado pela universidade que abordou as relações entre Estados Unidos e China envolvendo comércio, indústria da tecnologia e os direitos de propriedade intelectual.
Merges afirmou esperar que “as pessoas de Washington” percebam o custo da fricção comercial e que tenham uma ideia dos enormes benefícios que foram criados nesse ecossistema de inovação. Além disso, o professor fez um alerta para algumas narrativas perigosas que precisam abordadas, como a ideia “completamente errada” de que tudo o que é original é feito nos EUA, e que então eles “não precisam de mais ninguém”.
“Será que realmente queremos nos refugiar em ecossistemas de inovação insulares? Será que pensamos mesmo que estaremos melhores? […] Você acha que o rápido crescimento econômico na China não tem nada a ver com o fato de que houve esse transporte e fluxo de massa de pessoas, ideias e dinheiro?”, questionou Merges. Ele ainda disse que o governo dos EUA deve incentivar o livre fluxo de pessoas, que leva a muitas tecnologias criativas que são criadas de forma colaborativa em centenas e milhares de negócios.
O professor ainda falou sobre a proteção dos diretos de propriedade intelectual (PI) da China, ressaltando o fato de que a lei chinesa a respeito desse assunto foi reformada e é muito mais sofisticada do que era há 10 ou 15 anos e apontou que a aplicação dessa lei se aplica igualmente a estrangeiros e chineses. “Todos os dias, os litígios de PI nos tribunais chineses estão aumentando muito rapidamente. As empresas norte-americanas vencem em uma taxa mais alta do que as empresas internas chinesas. Isso é um fato”, afirmou Merges.
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