Medicamento chinês para Alzheimer será testado mundialmente

O remédio já mostrou eficácia nos testes realizados na China, sendo sido aprovado no país no fim do ano passado

Um medicamento chinês inovador contra o mal de Alzheimer, que entrou no mercado nacional na última semana, passará por exames clínicos com 2 mil pacientes no exterior nesse ano de 2020. Administrado por via oral, o remédio GV-971 será testado em 200 centros clínicos na América do Norte, União Europeia, Europa do Leste, Ásia Pacífico, entre outras regiões, pelo que disse a Green Valley Pharmaceutical Co., um dos desenvolvedores do medicamento.

A companhia planeja completar as provas clínicas globais em 2024 e apresentar uma solicitação de medicamentos novos à Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos e à Agência Europeia de Medicamentos em 2025. O GV-971 foi desenvolvido conjuntamente pelo Instituto de Matéria Médica de Shanghai, pertencente à Academia Chinesa de Ciências, a Universidade Oceânica da China e a Green Valley, depois de 22 anos de pesquisa.

Os resultados de pesquisa do mecanismo de ação foram publicados na revista internacional Cell Research em setembro de 2019, em que se indicava que a medicina, extraída de algas marrons, funciona modificando as bactérias intestinais para reduzir a inflamação cerebral de ratos geneticamente modificados para terem a doença. O remédio foi aprovado para a comercialização em novembro passado pela Administração Nacional de Produtos Médicos da China, que disse que o GV-971 “pode melhorar a cognição em pacientes com brando a moderado Alzheimer (AD, em inglês)”.

De acordo com os pesquisadores, além das provas em animais, mais de 1.100 pacientes chineses com o AD participaram de provas clínicas antes que a droga entrasse no mercado. Na última prova, 818 participantes de 34 hospitais na China tomaram por via oral 450 mg do GV-971 duas vezes ao dia, durante um período de tratamento de nove meses. O teste comprovou que o medicamento é seguro e eficaz na melhora da cognição.

“Devido a sua eficácia em pacientes chineses, esperamos que este medicamento beneficie mais pessoas no restante do mundo”, disse Lyu Songtao, presidente da empresa farmacêutica com sede em Xangai. Segundo a Organização Mundial da Saúde, pelo menos 50 milhões de pessoas no mundo têm demência, e o AD é a origem de 60% a 70% dos casos, sendo uma desordem de cérebro progressiva e irreversível que destrói lentamente a memória, as habilidades de pensar e a capacidade de fazer incumbências simples.

A China tem atualmente cerca de 10 milhões de pacientes com AD e espera-se que o número aumente para 40 milhões até 2050, mais que a população do Canadá, de acordo com a Associação de Gerontologia e Geriatria da China. A população em envelhecimento e os altos custos médicos são os desafios mais urgentes que o país enfrenta. Para os pacientes chineses com AD, o custo médio pode chegar a 130 mil yuans (US$ 18.665) por ano. Lyu disse que o custo mensal do GV-971 é de apenas 3.580 yuans.

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