A história das relações internacionais já nos mostrou que a ausência de uma instituição internacional destinada a promover a paz e a segurança internacionais deixa o mundo mais vulnerável a conflitos de grande poder destrutivo. Um sistema internacional desprovido de um arcabouço institucional que promova o diálogo diplomático, o multilateralismo e um conjunto de padrões normativos que sirvam de referência para os Estados, é um sistema que privilegia a lei do mais forte. Sendo assim, a ONU é uma iniciativa que inibe a lei do mais forte e, portanto, é um marco no esforço civilizatório da comunidade internacional e o último bastião contra o avanço da barbárie, isto é, do fascismo, da xenofobia, dos crimes ambientais, do tráfico, das guerras etc. Mas a crise de legitimidade e de eficácia das organizações internacionais – que atinge também a própria ONU – é um sinal de alerta. A ONU precisa ser fortalecida.
Neste sentido, o discurso do presidente Xi Jinping ressalta o compromisso do líder chinês com os princípios basilares que estruturam o organismo internacional e o multilateralismo. Trata-se de uma mensagem importante vinda da liderança do país que é a segunda maior economia do mundo. A defesa que ele faz da igualdade soberana dos países em suas relações internacionais – independentemente do seu peso econômico, político ou militar – é um princípio fundamental para a estabilidade das relações internacionais e, também, de uma maior democratização da ONU. Mas o presidente Xi Jinping traz uma perspectiva que é essencial para se promover estes valores: a defesa da substituição do jogo de soma-zero pelo diálogo diplomático em busca de convergências possíveis e, sobretudo, a defesa do aumento da representação e da voz dos países em desenvolvimento. Quanto mais estes países participarem dos processos decisórios, e se sentirem construtores e responsáveis pela manutenção da ordem internacional, mais a ONU se fortalece como organismo internacional contra o unilateralismo e o protecionismo que tem sido praticado por algumas nações do mundo, inclusive os Estados Unidos. O compromisso da China com a ONU torna o país um aliado importante do multilateralismo e de uma maior democratização do sistema internacional.
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