Cerca de 40% das línguas existentes no mundo estão em risco de extinção, sendo que muitas deles são faladas apenas entre idosos. Na China, uma conferência internacional sobre proteção de diversidade linguística debateu esse assunto, alertando sobre a necessidade de ensinar os jovens a falarem línguas e dialetos que correm esse risco para poder preservá-los. “As línguas e dialetos estão desaparecendo a uma velocidade rápida, por isso estamos correndo contra o tempo para salvá-los”, afirmou Cao Zhiyun, diretor do Centro para a Proteção de Recursos Linguísticos da China.
Para proteger essas línguas, existe um projeto cuja prioridade é, por meio de trabalho de campo, realizar a recolha em grande escala de recursos linguísticos, investigar a situação atual das línguas ameaçadas e registrar e guardar o seu corpus. No entanto, essa não é uma tarefa fácil, uma vez que a maioria das línguas ameaçadas está espalhada nas áreas remotas ou montanhosas, de difícil acesso. Além disso, muitas delas são faladas apenas por um punhado de pessoas, o que torna o seu registro quase impossível.
Os especialistas estrangeiros que participaram da conferência compartilharam com os chineses as suas próprias experiências. O kalam, por exemplo, língua de uma minoria étnica na Lituânia quase extinta, foi recuperada graças à iniciativa de membros da comunidade de escrever livros de história, manuais e dicionários no idioma, o que permitiu que, gradualmente, a língua fosse revivida.
Cao ainda disse que as tecnologias modernas, como reconhecimento e síntese da fala de Inteligência Artificial, podem ser usadas para preservar melhor as línguas e dialetos. “Mandarim pode te levar mais longe, mas o seu dialeto diz de onde você vem”, ressaltou Wang Han, um conhecido apresentador de TV e conselheiro do Centro.
Sem Comentários ainda!