A cinza pulverizada de combustível de uma central elétrica a carvão é, há mais de duas décadas, a principal causa da poluição nas aldeias e rios nos arredores de Pequim, tendo chegado a 20 milhões de ton. Liu Kefeng, no entanto, descobriu uma maneira de usá-la de uma forma positiva, sendo que após três anos de pesquisa, conseguiu transformá-la em solo artificial rico, que pode ser usado pata plantação e tornar as cidades mais ecológicas.
O depósito de cinza na vila de Fuyingzi, no distrito de Luanping, cobre mais de 53 hectares e fica a apenas 1 km do Rio Luanhe, que oferece água para nove distritos e para a cidade portuária de Tianjin. Além da poluição das águas, o depósito também é um risco para a qualidade do ar de diversas cidades, incluindo Pequim, especialmente durante tempos secos e com bastante vento.
Liu, que é professor da Universidade de Agricultura de Pequim, estudou a reutilização de resíduos agrícolas por 30 anos. Em 2017, sua equipe desenvolveu um novo tipo de solo nutritivo usando a cinza como principal material, complementada por cogumelos, palha, serragem e estrume de animais. Nas condições de temperatura, umidade e ar corretas, a cinza fermenta e ganha, de forma gradual, substâncias orgânicas.
O solo artificial (também conhecido como substrato de nutrição) que eles criaram tem vácuo e acidez ideais, sendo muito parecido com a turfa, um recurso natural bastante utilizado em agricultura e florestas, segundo os pesquisadores. A turfa natural da China é bem rara, fazendo com que o país precise importa-la. O preço da turfa é de até 600 yuans (US$ 87,3, aproximadamente) por m³, enquanto o novo solo deverá custar metade desse preço.
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