Manuscritos de seda chineses de 2,3 mil anos são repatriados dos EUA para Hunan

Volumes raros da coleção Zidanku retornam à China após 79 anos e passam a integrar o acervo permanente do Museu de Hunan

Dois volumes de manuscritos de seda chineses com cerca de 2,3 mil anos foram oficialmente repatriados à Província de Hunan, no centro da China, 79 anos após terem sido contrabandeados para fora do país, graças à cooperação entre instituições culturais da China e dos Estados Unidos.

Os volumes II e III dos Manuscritos de Seda de Zidanku, que datam do Período dos Estados Combatentes (475–221 a.C.), foram entregues nesta segunda-feira ao Museu de Hunan, em Changsha, onde ficarão permanentemente preservados. As obras registram de forma sistemática conhecimentos de astronomia, calendários, cosmologia e adivinhação militar, sendo considerados os mais antigos textos em seda já descobertos e o livro clássico chinês mais antigo conhecido.

Durante a cerimônia de restituição, o chefe da Administração Nacional do Patrimônio Cultural (NCHA), Rao Quan, destacou que o retorno dos manuscritos “representa um marco na cooperação cultural entre China e EUA e um exemplo para a restituição internacional de artefatos históricos”. Os volumes foram devolvidos este ano pelo Museu Nacional de Arte Asiática do Instituto Smithsonian, chegando a Beijing em 18 de maio.

De acordo com Duan Xiaoming, curador do Museu de Hunan, o retorno permitirá integrar as peças ao fragmento original já preservado na instituição, fortalecendo o acervo sobre a cultura do antigo Estado de Chu. Desde 10 de setembro, os manuscritos passaram por 14 dias de adaptação ambiental e avaliação científica, sendo agora armazenados em condições controladas de temperatura e umidade. Pesquisadores também conduzem testes de desinfecção não invasiva para garantir a preservação do material e da tinta original.

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