O governo da China está se preparando para uma guerra comercial “prolongada” contra os Estados Unidos, se for preciso, aponta o jornal estatal chinês Global Times. O texto publicado pelo veículo afirma que os chineses têm instrumentos de pressão, lembrando que o país está entre os maiores importadores de soja, é o maior mercado de automóveis e telecomunicação e possui a economia ligada à internet que mais cresce no mundo.
O jornal ainda aponta que a economia estadunidense cresceu 4,1% no segundo trimestre, após medidas exaustivas como o corte de impostos, e ressalta que quase todos os especialistas pensam que essa velocidade é insustentável. Em seguida, ele compara esse cenário com o da China, que cresceu 6,8% no primeiro semestre de 2018, após várias medidas de desaceleramento.
A China estaria saindo de uma era de grande dependência das exportações para crescer, e o editorial afirma que no futuro a economia norte-americana dependerá mais da chinesa do que o inverso. Fazendo referências ao assessor econômico de Trump (Larry Kudlow), o jornal afirma que a guerra comercial irá trazer dor temporária e pressão a Pequim durante o início das disputas, mas que a China irá mostrar sua resistência no comércio e socialmente enquanto a guerra entrar num impasse, e que Kudlow deveria advertir o governo Trump a não subestimar a determinação chinesa.
O jornal ainda ressalta que Pequim tem todo o direito de defender o seu desenvolvimento e que não teme sacrifícios a curto prazo. “A China tem tempo de lutar até o fim. O tempo mostrará que os EUA, por fim, se farão de tolos”, conclui o editorial.
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