Especialistas analisam panorama dos investimentos chineses no Brasil

Evento faz parte do ciclo de webinars gratuito, que acontece até o dia 3 de novembro

Especialistas brasileiros discutiram o panorama e as tendências dos investimentos chineses no Brasil durante um debate organizado pela revista China Hoje e o Instituto Confúcio da Unesp, na quarta-feira. O evento faz parte do ciclo de webinars, que acontece até o dia 3 de novembro com o tema “A China no Mundo Pós-Pandemia”.

Moderado por Luís Paulino, diretor do Instituto Confúcio na Unesp, o webinar foi aberto com a fala do diretor de Conteúdo do Conselho Empresarial Brasil-China, Tulio Cariello. O pesquisador apresentou os resultados de um levantamento dos investimentos chineses no Brasil, que reúne dados de 2007 até 2020.

“O Brasil é, sob todas as perspectivas, o grande centro de gravidade dos investimentos chineses na América Latina e Caribe e representa 47% dos investimentos na América do Sul entre 2005 e 2020”, afirmou Cariello. O pesquisador ainda mostrou a variedade de projetos no país, especialmente na área de energia.

Em seguida, o advogado e CEO do Lide China, José Ricardo dos Santos Luz Jr., afirmou que as informações apresentadas por Cariello ajudam o público a quebrar paradigmas sobre as relações sino-brasileiras. “O chinês está cada vez mais preparado para atuar aqui. Isso só confirma como o Brasil é um hub central de investimentos na América Latina”, ele explicou. “A China está procurando segurança energética, alimentar e uma fonte de matéria prima. Temos tudo isso. A China não veio em um mandato de quatro anos, há um interesse a longo prazo.”

José Ricardo ainda apresentou duas áreas em que o Brasil poderá investir, com o objetivo de aprofundar as relações com a China e ter uma menor dependência de outros países: um agronegócio mais sustentável e a Rota da Seda Digital, incluindo a telecomunicação 5G, cidades inteligentes e o comércio eletrônico.

Por fim, Sergio Quadros, mestre em administração e gestão de negócios e ex-gerente geral do Banco do Brasil em Xangai, concordou que há grande foco em inovação e tecnologia no atual plano quinquenal chinês, o que abre espaço para o Brasil fazer novas parcerias com o país.

Quadros apontou que o Brasil está ficando para trás nas transações em moeda chinesa, o que pode se tornar um obstáculo para a cooperação bilateral no futuro. Outro ponto de atenção é o uso da moeda digital pelo país asiático, que deverá facilitar as transações a curto prazo. “Muitos entendem que o 5G é o aumento da velocidade. Mas o 5G está para o 4G, assim como a invenção da lâmpada foi para a eletricidade”, ele comparou.

“Diante do que vemos do lado chinês, é importante que o Brasil consiga agir com pragmatismo, pensando nos investimentos a longo prazo”, analisou Quadros.

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