China avança no desenvolvimento de “sol artificial” com gerador de plasma de alto fluxo

Novo dispositivo reforça pesquisas de fusão nuclear e abre caminho para colaborações internacionais

A China se tornou o segundo país do mundo, depois da Holanda, a desenvolver um gerador de plasma de alto fluxo. O Dispositivo Linear de Interação de Parede de Plasma Supercondutor (SWORD, em inglês), anunciado na terça-feira pelos Institutos de Ciências Físicas de Hefei da Academia Chinesa de Ciências, atingiu as especificações do projeto, marcando um avanço crucial para o desenvolvimento de materiais voltados à energia de fusão.

O “sol artificial”, como são conhecidos os dispositivos de fusão nuclear, busca replicar a energia gerada pelo sol, utilizando substâncias abundantes na água do mar para produzir energia limpa e sustentável. Contudo, um dos maiores desafios é criar materiais resistentes ao bombardeio de partículas de plasma nas paredes do reator. Zhou Haishan, pesquisador do ASIPP, explicou que o SWORD foi desenvolvido ao longo de cinco anos para superar barreiras técnicas significativas.

Inspirado na espada lendária Chixiao da China antiga, o SWORD mede 15,5 metros, pesa 22,5 toneladas e é capaz de gerar 10²⁴ partículas por metro quadrado por segundo, operando continuamente por mais de 24 horas. Especialistas liderados por Ye Minyou, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, validaram o dispositivo, destacando seu papel em testes rigorosos de materiais capazes de suportar as condições extremas de reatores de fusão nuclear.

O sucesso do SWORD coloca a China em posição de liderar a pesquisa de reatores de fusão de próxima geração e abre caminho para colaborações internacionais. O dispositivo também dará suporte ao EAST (Experimental Advanced Superconducting Tokamak), o emblemático reator de fusão chinês que já estabeleceu diversos recordes mundiais na área.

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