Brasil e China se comprometem a proteger multilateralismo

Durante a reunião feita pelos ministros das Relações Exteriores de ambos os países, eles também expressaram planos de aprofundar a cooperação mútua

 

Os chanceleres do Brasil e da China se comprometeram a proteger o multilateralismo e expressaram as suas convicções de que ambos os países têm amplas perspectivas de cooperação. Durante a terceira Reunião do Diálogo Estratégico Global Brasil-China, realizada na última semana em Brasília, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse que a China e o Brasil são parceiros naturais que possuem alta complementaridade e grande potencial de cooperação.

“A China e o Brasil devem fortalecer os intercâmbios de alto nível, melhorar a confiança política mútua, se entender e se apoiar uns nos outros nas questões relacionadas aos interesses fundamentais e às principais preocupações dos países”, disse Wang. Ele ainda afirmou que a China sempre fez da relação com o Brasil uma prioridade e que está disposta a trabalhar com ele para tornar o 45º aniversário de suas relações diplomáticas uma oportunidade para impulsionar o seu relacionamento a um novo nível.

Ao destacar o forte interesse do Brasil em construir em conjunto a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês), Wang disse que a China está disposta a trabalhar com o Brasil para encontrar maneiras de unir a BRI ao Programa de Parcerias de Investimentos do Brasil. O objetivo é aprofundar a cooperação em agricultura, eletricidade, mineração e infraestrutura, e promover a rápida execução de projetos-chave, com a inovação tecnológica e a economia digital como as novas forças motrizes de crescimento.

Wang ainda assinalou que a China e o Brasil devem proteger o multilateralismo de forma conjunta, manter o sistema internacional com a ONU como núcleo, seguir a ordem internacional baseada no direito internacional e no sistema multilateral de comércio representado pela Organização Mundial do Comércio, e fortalecer a coordenação e a cooperação sob mecanismos como a ONU, o BRICS e o G20.

O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, por sua vez, afirmou que o Brasil dá grande importância à parceria estratégica abrangente com a China, elogiou os grandes benefícios que os dois povos tiveram com o desenvolvimento das relações bilaterais nos últimos 45 anos e reforçou que aderirá firmemente à política Uma Só China. Ele disse também que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, aguada com expectativa a sua visita à China, no mês de outubro, e saúda a participação do presidente chinês Xi Jinping, na cúpula dos países do BRICS, que acontecerá em novembro no Brasil.

Ao elogiar o grande progresso feito pela China, Araújo disse que o Brasil está otimista com as perspectivas de cooperação bilateral e de investimento chinês no país. Além disso, ele ressaltou que o Brasil se emprenha em proteger o multilateralismo e o livre comércio, construindo uma economia mundial aberta e promovendo a integração regional.

“O Brasil espera fortalecer a coordenação com a China em estruturas como a ONU e o G20, a fim de promover a cooperação entre a China e a América Latina”, disse ele. Araújo anda acrescentou que o Brasil está pronto para fortalecer a coordenação com a China para assegurar o sucesso da cúpula dos BRICS.

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