Com o início da Reunião Global dos Líderes sobre Mulheres, realizada nesta segunda-feira em Beijing, as atenções se voltaram para a China, que 30 anos após a Declaração de Beijing e a Plataforma para Ação reafirma seu papel central na promoção da igualdade de gênero por meio de ações concretas e cooperação internacional.
Representantes de países de língua portuguesa ressaltaram a contribuição chinesa para o avanço dos direitos das mulheres e o alinhamento de visões com seus próprios programas nacionais de empoderamento feminino. A ministra do Trabalho, Gênero e Ação Social de Moçambique, Ivete Alane, destacou que o evento “demonstra mais uma vez o compromisso da China com os direitos das mulheres”. Segundo ela, os temas debatidos estão “em plena sintonia com os compromissos nacionais de Moçambique”.
Alane lembrou que a cooperação sino-moçambicana tem produzido resultados tangíveis ao longo de 50 anos, com destaque para projetos emblemáticos como a Ponte Maputo-Katembe, o projeto agrícola Wanbao e o Coral Norte de Gás Natural Liquefeito. Ela enfatizou que essas iniciativas contribuíram diretamente para aumentar a produtividade e a renda das mulheres no setor agrícola, onde atuam mais de 80% das moçambicanas.
A secretária-geral da Organização da Mulher Angolana, Joana Tomás, ressaltou o espírito de irmandade e respeito mútuo na parceria com a China. Ela defendeu o fortalecimento das leis e dos serviços de proteção, além de políticas eficazes contra a violência e a pobreza feminina. “Estamos longe de atingir a plena igualdade de gênero”, afirmou.
Já Susan Kleebank, secretária para Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, destacou as oportunidades de cooperação futura entre Brasil e China, especialmente em temas como economia sustentável, inclusão digital e empreendedorismo feminino. “A China tem sido uma parceira fundamental do Brasil em agendas de desenvolvimento inclusivo. Esperamos ampliar o intercâmbio de boas práticas e o diálogo entre ministérios e organizações femininas”, disse.
Kleebank observou ainda que o compromisso chinês com a igualdade de gênero é reconhecido internacionalmente, e que a presença de empresas chinesas no Brasil tem gerado novas oportunidades para mulheres em setores como tecnologia, energia e infraestrutura. Ela ressaltou que a cooperação sino-brasileira pode ganhar ainda mais força nos fóruns multilaterais, como o G20 e o BRICS, consolidando a China como uma parceira essencial na promoção global da igualdade de gênero.

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