A cúpula do Grupo dos 77 (G77) mais China foi concluída no sábado com um apelo por mais participação e voz do Sul Global no sistema de governança. O evento contou com a presença de delegações de mais de 100 países, incluindo mais de 30 chefes de estado e de governo.
Estabelecido pela primeira vez em 1964, o G77 tem agora mais de 130 membros, com a sua presidência rotativa entre os países membros da Ásia, África e América Latina com base em princípios regionais. Sendo a maior organização de coordenação multilateral entre os países em desenvolvimento, os estados membros do G77 representam mais de 80% da população mundial e mais de dois terços dos países membros das Nações Unidas. A China não é membro, mas tem apoiado e cooperado com o grupo no âmbito do “G77 mais China”.
Durante o evento realizado em Havana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o embargo econômico que os Estados Unidos aplicam contra Cuba e rechaçou a inclusão do país caribenho, pelos norte-americanos, na lista das nações que não colaboram completamente contra o terrorismo. “Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa. E até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal. O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral”, afirmou o presidente.
Lula elogiou o formato da reunião por sua ampla representatividade e afirmou que as duas grandes transformações em marcha, a digital e a transição energética, “não podem ser moldadas por um punhado de nações ricas, reeditando a relação de dependência entre o centro e a periferia”.
“As grandes multinacionais do setor tecnológico têm modelos de negócio que acentuam a concentração da riqueza, desrespeitam as leis trabalhistas e, frequentemente, alimentam as violações dos direitos humanos e alentam o extremismo”, ressaltou o brasileiro.
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