A 2ª Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, em inglês) está se aproximando e de acordo com exportadores e estudiosos, ela cria novas chances para os países latino-americanos participarem do crescente mercado chinês.
Segundo o economista chileno Manuel Agosin, o evento fornece um local ideal para exportadores globais interessados em fazer comércio com a China, oferecendo uma oportunidade valiosa para países como o Chile conhecerem melhor a China e saberem em quais produtos os seus consumidores se interessam. “A relação comercial com a China é extraordinariamente importante para o Chile, e quanto mais empresas chinesas conhecem os produtos chilenos disponíveis, melhor”, disse ele.
Alguns dos itens de café da manhã e lanches favoritos do Brasil, como é o caso do pão de queijo, já estão disponíveis em cafeterias chinesas graças à 1ª CIIE, que aconteceu no ano passado em Xangai. Em maio, a Forno de Minas, fabricante líder do produto do Brasil, enviou seu primeiro contêiner de 10 toneladas de pão de queijo para a China, abastecendo lanchonetes em Xangai. Dois meses depois, fez um segundo embarque para a China com 18 ton de pão de queijo.
“Estamos orgulhosos de entrar no mercado chinês”, disse Gabriela Cioba, gerente de comércio exterior da Forno de Minas, à Xinhua. A empresa já exportou pão de queijo para 17 países antes de decidir mirar o mercado chinês em 2018 participando da CIIE e segundo Cioba, eventos como essa exposição são cruciais para os exportadores.
Ao mesmo tempo, os países da América Latina buscam atrair mais turistas chineses, uma vez que o país asiático possui a principal fonte mundial de turismo ao exterior. O vice-ministro de Turismo do Uruguai, Benjamín Liberoff, disse que o país está se preparando para se promover como destino turístico na segunda CIIE. “O Uruguai está enviando uma delegação para lá”, disse ele.
Para El Salvador, que estabeleceu laços diplomáticos com a China no ano passado, houve um crescimento robusto de suas exportações para a China, com o café no topo da lista. Desde o estabelecimento dos laços diplomáticos, a China vem desenvolvendo ativamente o relacionamento com base no respeito mútuo, benefício compartilhado, igualdade e não intervenção nos assuntos internos um do outro, disse o embaixador da China em El Salvador, Ou Jianhong.
O economista argentino e especialista em China, Gonzalo Tordini, afirmou que a cooperação China-América Latina, construída com base na igualdade, tem sido benéfica para ambos os lados e útil para impulsionar o multilateralismo. “Nossa região dá importância estratégica ao relacionamento com a China, o que é demonstrado pelos acordos que a maioria dos países latino-americanos alcançaram com a China”, disse ele em entrevista à Xinhua.
Tordini, que é chefe de assuntos educacionais do Centro Latino-Americano de Estudos Políticos e Econômicos da China, disse ainda que o relacionamento se desenvolveu não apenas no nível de investimento e comércio, mas também nos campos da cultura, esportes, educação, turismo, ciência e tecnologia.
A China já é o segundo maior parceiro comercial da América Latina, que por sua vez é uma das regiões com o mais rápido crescimento em exportações para a China. Segundo dados oficiais da China, o comércio bilateral aumentou 18,9% ano a ano, atingindo US$ 307,4 bilhões em 2018.
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