Cientistas de origem chinesa nos EUA ainda sentem “efeitos assustadores” de iniciativa de Trump

Pesquisa revelou que um terço dos acadêmicos não se sente bem-vindo no país americano

Mais de um terço de cientistas de origem chinesa que vivem nos Estados Unidos não se sente bem-vindo no país, enquanto quase três quartos não se sentem seguros na profissão de pesquisadores acadêmicos, revelou um estudo publicado no jornal South China Morning Post.

A pesquisa contou com a participação de mais de 1,3 mil acadêmicos de universidades estadunidenses e foi realizada entre dezembro de 2021 e março de 2022. O estudo foi conduzido por um grupo de cinco profissionais de origem chinesa que vivem nos Estados Unidos, composto por um cientista de bioestatística de Harvard, um engenheiro nuclear do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e três especialistas de “China contemporânea” de Princeton.

O projeto foi realizado cerca de três anos após a “Iniciativa China” do governo Trump, extinta em fevereiro de 2022. Lançada pelo Departamento de Justiça dos EUA no final de 2018 para investigar os possíveis vínculos de cientistas e acadêmicos com a China, a iniciativa foi vista como uma forma de incitar o preconceito racial, levando muitos cientistas a retornarem à China durante o período.

Pelo menos 150 cientistas foram investigados até agora, de acordo com a pesquisa. “Há dúvidas, no entanto, sobre até que ponto o abandono formal do nome ‘Iniciativa da China’ foi acompanhado por mudanças substanciais nas práticas do governo [dos EUA] que abordam os efeitos assustadores experimentados por cientistas de ascendência chinesa”, dez o relatório, publicado originalmente na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

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