A China finalizou, neste domingo, um dos maiores projetos de infraestrutura energética do mundo: uma rede de transmissão de alta tensão de 750 kV que forma um anel ao redor do deserto de Taklamakan, na Região Autônoma Uigur de Xinjiang. Com 4,2 mil km de extensão e mais de 10 mil torres, o sistema cobre uma área de 1,06 milhão de km², quase o dobro do território da França.
Iniciado há 15 anos, o projeto enfrentou condições extremas, como dunas móveis e terrenos montanhosos. Para vencer os obstáculos, foram utilizadas técnicas como teleféricos para transporte de torres e mantas de palha para estabilização do solo. A operação envolveu cerca de 15 mil trabalhadores ao longo da obra.
Além de atender a crescente demanda por eletricidade no sul de Xinjiang, onde o consumo já chega a 73,7 bilhões de kWh por ano, a nova infraestrutura permitirá transmitir energia renovável (solar, eólica e hídrica) para centros industriais no leste do país. A diferença de fuso horário com essa região também será usada a favor da eficiência energética.
A expectativa é que o projeto contribua para reduzir em 25 milhões de kW a necessidade de termelétricas em áreas mais densamente povoadas, consolidando Xinjiang como um polo estratégico na transição energética chinesa. A operação plena do anel elétrico está prevista para novembro de 2025.

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