Ausência de metas de crescimento da China pode trazer benefícios para o mundo

Professora da London School of Economics avalia que decisão chinesa de colocar mais ênfase nos ‘meios’, em vez dos ‘fins’, é uma jogada inteligente

A professora de economia da London School of Economics, Keyu Jin, fez uma análise sobre a escolha da China de não definir uma meta de crescimento em 2020. O artigo, publicado nesta semana no jornal britânico The Guardian, aponta que a decisão trará benefícios para a população e meio ambiente do país asiático.

Ao longo de 30 anos, as metas de crescimento do PIB têm guiado os governos centrais e locais da China. Por causa da pandemia global de coronavírus, a taxa de crescimento de qualquer lugar no mundo lutará para permanecer acima de 0%. Quando são fatores extrínsecos que determinam a direção da economia, torna-se inútil estabelecer metas. Isso pode representar uma nova mentalidade e um grande progresso para a China em várias frentes.

Livrar-se das metas sinalizaria uma mudança de um modelo de desenvolvimento econômico baseado em quantidade para um modelo de qualidade. Retardar a economia significaria menos pressão sobre o meio ambiente. Isso também indicaria que os governos locais poderiam mudar suas prioridades para melhorar a subsistência das pessoas, erradicando a pobreza, por exemplo, ou reduzindo a desigualdade urbano-rural e fornecendo melhores serviços sociais.

Colocar mais ênfase nos “meios”, em vez dos “fins” do desenvolvimento moderno, seria uma jogada inteligente. Uma China de crescimento mais lento, mas de maior qualidade, pode não ser apenas uma boa notícia para o povo chinês, mas também para o resto do mundo.

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