Um brasileiro de coração chinês

Chef gaúcho faz sucesso com churrasco brasileiro em restaurante de Pequim

Por Kang Caiqi, Wei Mingxin e Lucas Almeida

Natural de Constantina, no Rio Grande do Sul, Dinomar Drabach começou a carreira aos 19 anos, em 1988. Hoje, ele é chef do restaurante Latina, em Pequim, onde faz sucesso com o verdadeiro churrasco gaúcho. “Sempre digo para os meus clientes, quando eles me perguntam de onde sou. Eu falo: eu sou brasileiro de coração chinês”, define.

“É uma profissão que aprendi desde criança, com os meus pais”, relembra o chef. “Amo fazer churrasco e gosto de trabalhar com carnes. É uma especialidade do meu estado e minha”, explica.

Drabach se mudou para a China pela primeira vez em 1999. Depois de quase uma década, viajou para outros países, incluindo Estados Unidos e Japão. Ele é fluente em diversas línguas, incluindo inglês, espanhol, italiano, alemão, coreano e chinês.

Hoje, ele não tem dúvidas: “Nunca penso em ir embora, quero ficar aqui, pegar o meu greencard e viver pelo resto da vida na China. É um país seguro, tem tudo que eu adoro”, diz ele.

Para o chef, o sucesso do churrasco brasileiro está na autenticidade. “É o churrasco original, ele não tem muito tempero. A carne é o sabor, só com o sal”, define. O reconhecimento é comum entre os clientes chineses. “Eles já chegam e falam, eu quero uma picanha, em português, porque conhecem a qualidade e o churrasco brasileiro”, conta Drabach.

Além das carnes, o restaurante oferece uma experiência autêntica, com direito a músicas tradicionais e apresentações de samba. Entre o cardápio de bebidas, ainda é possível encontrar refrigerante de guaraná e caipirinha. “Agora nós temos açaí brasileiro. Sempre vamos incrementando mais coisas, importando para a China”, explica.

Depois de viver em diferentes cidades chinesas, Dinomar Drabach afirma que se encontrou em Pequim. “Aqui, o povo é acolhedor. Você chega em um ambiente e já sente, as pessoas são mais amigas”, explica.

O chef lembra que, no primeiro dia na capital, pediu informações para uma pessoa que não falava inglês, mas que fez questão de tentar ajudá-lo. “Senti que o povo gosta de estrangeiros em Pequim”, defende ele.

Com planos de abrir um novo restaurante em Pequim, Drabach comemora o sucesso que obteve com a profissão: “Eu falo que, em Pequim, os caras não são clientes, são amigos, porque já chegam aqui cumprimentando, felizes. Tenho muitos amigos que já me chamam pelo nome, amigos mesmo.”

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