Fórum no Rio destaca cooperação China-Brasil em desenvolvimento sustentável

Por Tao Xing, Wei Mingxin e Lucas Almeida

Um fórum intitulado “Planejamento e Desenvolvimento: Práticas Sustentáveis entre China e Brasil” foi realizado no Rio de Janeiro em 18 de novembro.

O evento teve como objetivo oferecer aos estudantes e acadêmicos brasileiros uma visão mais clara sobre os avanços da China em desenvolvimento sustentável, os resultados da cooperação China–Brasil e o papel do próximo 15º Plano Quinquenal da China (2026-2030) no fortalecimento dos intercâmbios culturais e no apoio à estabilidade global.

Coorganizado pelo Centro das Américas do Grupo de Comunicações Internacionais da China (CICG), pela Embratur e pelo Instituto Confúcio da Universidade Federal Fluminense (UFF), o fórum reuniu mais de 50 participantes, incluindo representantes de universidades, meios de comunicação e grupos juvenis dos dois países.

“China e Brasil são os maiores países em desenvolvimento do Hemisfério Oriental e Ocidental, respectivamente, membros fundadores do BRICS e vozes importantes do Sul Global”, afirmou Xin Feng, presidente do Centro das Américas do CICG, em participação por videoconferência. “Os dois países compartilham posições comuns sobre multilateralismo e reforma da governança global.”

Xin destacou que ambas as partes têm contribuído de forma significativa para enfrentar as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável. Ele afirmou que o Centro das Américas do CICG continuará a atuar como uma ponte para o diálogo entre a China e as Américas, incluindo o Brasil, e trabalhará para aprofundar o entendimento e a cooperação.

O professor Fábio Barboza Passos, vice-reitor da UFF, deu as boas-vindas aos participantes e afirmou que a universidade está empenhada em aprofundar seus vínculos com a China. Ele ressaltou que Brasil e China atribuem grande importância à pesquisa sobre transição energética e desenvolvimento sustentável, e que a UFF planeja estabelecer um centro de pesquisas dedicado a essas áreas. Acrescentou que universidades chinesas e brasileiras já cooperam em diversos campos, e disse esperar expandir ainda mais as pesquisas conjuntas.

A cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Tian Min, afirmou que a recente Quarta Sessão Plenária do 20º Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) analisou e aprovou as recomendações para o 15º Plano Quinquenal. Ela enfatizou que a formulação cuidadosa e a implementação contínua dos planos quinquenais são parte fundamental da governança do PCCh, e que o modelo de desenvolvimento da China oferece novos caminhos para o desenvolvimento sustentável.

Tian destacou que a sessão plenária reforçou a estabilidade da direção política da China, a resiliência de seu crescimento econômico e a clareza de suas prioridades de longo prazo. Segundo ela, a reunião enviou um sinal positivo de que a China está disposta a compartilhar oportunidades, promover o desenvolvimento e contribuir para a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.

Ela acrescentou que o novo plano criará oportunidades para uma cooperação mais pragmática entre China e Brasil. O Consulado-Geral da China no Rio de Janeiro, afirmou, continuará atuando como uma ponte, fortalecendo intercâmbios e cooperação na região e apoiando o desenvolvimento conjunto dos dois países.

Andre Netto, coordenador de Mercados Internacionais da Embratur, afirmou que o aprofundamento das relações China–Brasil está criando novas oportunidades para aproximar os dois povos. A Embratur, disse, está ampliando ativamente sua presença no mercado chinês. Durante a COP30, a agência organizou visitas de campo para criadores chineses de conteúdo digital, para que conhecessem as ações brasileiras de proteção ecológica e suas práticas de desenvolvimento sustentável. Ele disse esperar que esses criadores compartilhem essas histórias com o público chinês e contribuam para atrair mais visitantes ao Brasil.

Com o próximo ano marcado como o Ano da Cultura China-Brasil, a Embratur planeja novas exposições, eventos e ações promocionais conjuntas para fortalecer ainda mais os laços bilaterais e construir uma parceria duradoura baseada na confiança e nas oportunidades.

Durante a sessão temática, João Evangelista Dias Monteiro, diretor da Escola de Turismo da UFF; Flávia Clemente de Souza, diretora do Instituto de Artes e Comunicação Social; Vitor Ierusalimschy, diretor brasileiro do Instituto Confúcio da UFF; e Fabia Trentin, diretora de Turismo da Neltur (Empresa de Lazer e Turismo de Niterói), compartilharam suas reflexões. Eles afirmaram que os intercâmbios entre os povos da China e do Brasil estão avançando de forma mais ativa e promissora. Manifestaram a esperança de que instituições dos dois países aprofundem a cooperação em áreas como desenvolvimento sustentável e criem mais mecanismos de compartilhamento de informações. Também destacaram que os estudantes representam o futuro de ambos os países e do mundo, e enfatizaram a necessidade de incentivar intercâmbios juvenis mais fortes para ajudar a construir um futuro melhor.

Na mesa-redonda, Guo Xiaohong, diretora de Serviços Estrangeiros do China.org.cn, Xing Yutao, professor do Departamento de Física da UFF, a criadora chinesa de conteúdo de viagens Chang Lin e o criador brasileiro Lipe Camanzano compartilharam suas observações sobre a cooperação China–Brasil em desenvolvimento sustentável.

Eles enfatizaram que o desenvolvimento sustentável não é uma ideia abstrata. China e Brasil compartilham uma visão comum e possuem ricas experiências locais. Histórias como a conservação de áreas úmidas em Yancheng, na China, e a gestão ecológica em torno da Usina de Itaipu, no Brasil, afirmaram, merecem ser contadas para promover uma cooperação ainda mais profunda.

O fórum concluiu um programa mais amplo realizado no Brasil de 10 a 18 de novembro, a iniciativa “Connecting Cultures: Brazil-China 2025”, organizada pela Embratur com apoio do Centro das Américas do CICG. A iniciativa trouxe ao Brasil jornalistas e influenciadores chineses, que visitaram São Paulo, Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro, realizando entrevistas e estudos de campo sobre governança ecológica, turismo sustentável, cooperação China-Brasil e intercâmbio cultural.