Especialista diz que taxas dos EUA sobre bens chineses prejudicarão o mundo todo

O argentino Raúl Ochoa afirma que, se as duas nações não chegaram a um acordo, o sistema de comércio multilateral como um todo poderá estar em risco

 

As tarifas mais altas dos Estados Unidos sobre as importações chinesas são tema de debates no mundo todo e, segundo o economista argentino Raúl Ochoa, elas irão, com certeza, romper as cadeias de valor globais. Ochoa, que é membro do Conselho Argentino para Relações Internacionais, é enfático ao dizer, em entrevista à Xinhua, que essas tarifas não irão solucionar o déficit de comércio dos EUA, ao contrário do que Washington afirma.

Sob a política de “America First”, os Estados Unidos impuseram tarifas acentuadas sobre bilhões de dólares em produtos de seus principais parceiros, incluindo a União Europeia (UE) e a China, o que abalou a base do sistema de comércio mundial. Na mais recente fricção com a China, Washington aumentou tarifas adicionais sobre US$ 200 bilhões de importações chinesas, de 10% para 25%, e ameaçou elevar tarifas sobre mais importações chinesas.

“Isso afeta seriamente o mercado internacional, porque nós estamos falando dos dois países com a maior troca comercial no mundo”, afirmou Raúl. “As cadeias de valor se tornarão mais caras”, explicou ele, ressaltando que, se as duas maiores economias do mundo não conseguirem atingir um acordo, o inteiro sistema de comércio multilateral poderá estar em risco.

Ochoa disse que, em geral, isso deixa a perspectiva econômica mundial sombria, uma vez que esse tipo de situação, você sabe onde começa, mas não onde termina. “A realidade é que isso acrescenta mais incerteza para um panorama internacional complexo.”

Washington disse gastar o dinheiro arrecadado com tarifas em maneiras de ajudar os estadunidenses, mas a medida prejudicará os consumidores dos EUA, que terão que pagar mais para uma ampla variedade de bens. O especialista explica que isso, na verdade significa mais altos preços para consumidores americanos, além de uma possível retaliação pelo governo chinês.

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